domingo, 4 de novembro de 2018


Padrões

 

Ao invés de olhar as paisagens como se fossem misturas caóticas, olhei-as como ordem; eram ambientes, mas também eram figuras. Pensei em cada árvore, em cada trilha de bicho na floresta, em cada ninho. Com as facilidades atuais da cibernética-informática, da computação, de toda a computação gráfica de cinema, todo gênero de manipulação de Photoshop, decidi oferecer produto verdadeiro e não falsificado às populações, como se as populações fossem ricas (elas são e nem sabem).

Usei tudo que aprendi sobre a máquina fotográfica e usei meus olhos mentais novos para olhar a Natureza e seu trabalho evidente, bem como o trabalho sutil de Deus (não fui eu a dizer primeiro, foi Einstein: “o Senhor é sutil”).

Pensei: o que é cada árvore?

O que é a grama?

Comecei a estudar os fungos, as plantas, os animais, os primatas. A pensar o que era pele, a superfície protetora, o separador, cada qual com sua individualidade. Estudei biologia. Fotografei as peles de todas as coisas, as peles da Natureza, as peles da Bandeira elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia).

Meditei sobre os padrões.

Tirei milhares de fotos, centenas de milhares ao longo da minha vida de fotógrafo; aproveitei para olhar as dos demais profissionais sob grandes ampliações, tanto em recentes telas gigantes de 150 polegadas quanto com programas ampliadores. Ampliação da ampliação, um milímetro quadrado virando um metro quadrado, multiplicação por mil em cada lado.

Escolhi, selecionei, fiquei impressionado, fiz exposições em salas de arte, depois pensei em transformar aquelas belezas impressionantes em padrões para as fábricas de tecido, para quadros de repartições e escritórios de empresas, consultórios, salas de estudos, telas de computador e assim por diante.

Foi impressionante.

OS MEUS PADRÕES


Coloquei empresa com minhas filhas e meu filho, com minha esposa gerenciando a contabilidade, contratamos gente, ficamos ricos. E mais, dei tridimensionalidade às telas com os Xerox 3D, as copiadoras 3D de agora, produzindo telhas em série para casas, depois de copiadas em moldes. Produzi também esculturas e alto-relevos para empresas de arquitetura.

Quem poderia imaginar que re-olhar a Natureza pudesse render tanto? Depois fui olhar as obras de todos os desenhistas e pintores e fotógrafos, mas esta é outra história: considerei que cada quadro era a mente daquele lá olhando.

Serra, segunda-feira, 18 de junho de 2012.

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