terça-feira, 6 de novembro de 2018


Tecnarte da Pintura

 

Técnica-arte de pintar.

Antigamente era apenas o olho externinterno e a mão, também internexterna segundo a nomenclatura includente que estou adotando.

Agora é uma multiplicidade de ajudas que fica até difícil de listar.

Havia a máquina fotográfica antiga com todas aquelas lentes perfeitíssimas, agora temos a máquina digital ligável a computador baixando as fotos a este, podendo-se trabalhá-las. Já existe a décadas a máquina capaz de bater até circularmente fotos sucessivas para compor painel. Podemos ampliar ilimitadamente, quase, os pixels pontuais. Podemos mudar cores.

Comecei a trabalhar isso.

Prestei atenção a orelhas, cabelos, lábios, narizes, bocas, braços e tudo que constitui o ser humano.

Pensei que toda a orquestra extraordinariamente complexa entra pelo canal auditivo para ser interpretada pelo cérebro. Fotografei em velocidades altíssimas o ar infravermelho caminhando de encontro ao rosto sensível. Mostrei as gotas de chuva caindo na terra seca, exalando seus perfumes, coloquei músicas perfumistas (que falavam dos perfumes) nos quadros.

Investiguei as tecnartes todas.

TECNARTISTA INVESTIGADOR

SENTIDO!
TECN-ARTES
AUDIÇÃO
Músicas, discursos, etc.
OLFATO
Perfumaria, etc.
PALADAR
Comidas, bebidas, temperos, pastas, etc.
TATO
Arquiengenharia, urbanismo, tapeçaria, esculturação, paisagismo/jardinagem, cinema, teatro, decoração, etc.
VISÃO
Desenho, pintura, fotografia, dança, moda, poesia, prosa, etc.

Se houvesse genialidade à venda eu compraria, nem que fosse a prestações, grande quantidade delas.

Na falta de genialidade, fiz o esforço.

Liguei os sentidos corpomentais humanos externinternos a toda a nossa cultura, aos vários níveis da percepção em todos os lugares altos e baixos. Fotografei e pintei. Usei todos aqueles miraculosos programáquinas novos para expressar os potenciais perceptivos dos seres humanos.

Não pintei os sentidos, pintei os seres humanos PERCEBENDO O MUNDO CULTURALMENTE. Destaquei isso, que era comunhão, eram milhões de pessoas comungando. Claro, pouca gente dá valor ao que nos circunda, poucos pensam que as nossas percepções “individuais” são percepções cultivadas, culturas que passam por crivos ou filtros sociais.

Usei as tecnartes PARA VER A CULTURA HUMANA.

Expus isso, fiz livro, frutificou. Não é só ser gênio, o esforço também vale.

Serra, terça-feira, 19 de junho de 2012.

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