terça-feira, 6 de novembro de 2018


Agulhata

 

A modalidade mais simples é um tubo, como uma lata cilíndrica com duas tampas. Nelas existem círculos concêntricos, mas não em ambas sucessivamente os mesmos raios, de modo a não se enroscarem as agulhas quando atarraxadas as tampas. Numa há uma agulha perpendicular no centro, na outra, não.

De modo que quando você tira uma tampa as agulhas estão em seus encaixes, não se perdendo nunca se você tiver cuidado de guardar após o uso. E ficam protegidas do ar úmido. Está certo que são de aço, mas há a maresia que faz grudar sal, quando você está perto do mar.

Colocadas assim em reserva ninguém é espetado, nem adulto nem criança. E você sempre tem certeza de onde estão todas e cada uma. É fácil de guardar e de achar. Não são entortadas, nem se quebram.

A modalidade mais complicada permite um segundo e um terceiro círculo de agulhas, contrapostos pelo centro do cilindro, que tem altura maior e permite guardar o dobro de agulhas, numa variedade muito maior, inclusive as de máquinas de costuras.

Quando fui à República Tcheca trouxe um monte.

Fiz a festa com a mulherada, os olhinhos delas chegavam a brilhar quando eu dava um conjunto, ficavam marejados de felicidade. Puxa! Infelizmente, acabaram. Tentei importar, mas não vendiam direto da fábrica pouca quantidade, só quantidade maior tipo 200, 500, nem me lembro mais, era muito para mim.

Aqui no ES nunca vi.

Perguntei aos importadores, eles não tinham interesse, não achavam que fosse ter saída, embora eu explicasse. Diziam que as mulheres tinham aceitado porque era de graça, era dado, não era comprado. Que o preço com os impostos tiraria o atrativo, que perderia a graça logo e ficaria encalhado.

Como?

É por isso que esse país não vai pra frente!

Falta iniciativa.

Aposto que se fosse nos EUA logo estaria sendo oferecido em cada esquina. Droga, droga, droga, perdi minha chance de fazer um agrado às mulheres. Aqui tudo é difícil.

Serra, sexta-feira, 20 de julho de 2012.

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