quinta-feira, 8 de novembro de 2018


Levando na Flauta

 

POBRE VELHINHA

Quando dão aulas pra gente no curso de fiscalização citam esse exemplo clássico da velhinha que passava na Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai para lá e para cá com a trouxa de roupas, levando-as sujas e trazendo-as limpas, o que os fiscais federais sempre constatavam: definitivamente não havia muambas.
Os federais ficavam encafifados, com aquela desconfiança de fiscal coçando atrás da orelha. Paravam a velhinha, nem um rádio de pilha, nem um celular, nem um computador, nada mesmo ano após ano.
Até que um deles se aposentou, parou a velha e perguntou o que ela estava traficando e ela disse “motos”.

LEVANDO NA FLAUTA (flautas de todo tipo)

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Então, decidi “levar na flauta”, achei um esquema de colocar as pedrinhas de diamantes dentro do tubo da flauta doce, quando chegava ao destino soltava a cola. Inscrevi-me no curso de flauta e freqüentei seriamente, de modo a não ser pego por não saber tocar nada. Quando me pediam, eu tocava, dizia “estou aprendendo” (o que era verdade), saía meio-desafinado, o pessoal me dava um olhar cúmplice-piedoso e dizia “precisa treinar mais” e eu, modesto, “é mesmo, mas lutando eu chego lá”, as pessoas desconversavam e faziam sinal de que não queriam que eu tentasse ali, todos riam, era uma beleza de congraçamento.

Até achar um filho da puta de policial no aeroporto que era aprendiz também, achou estranho o som e foi olhar pelo interior do tubo se tinha algo atrapalhando...

Safado.

Serra, sexta-feira, 20 de julho de 2012.

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