Programa de
Mobilidade Urbana
Um daqueles deputados que nada têm
para fazer em Brasília decidiu que já estava há várias legislaturas sem fazer
uma lei sequer (quando no Brasil, depois da constituição federal de 1988, foram
feitas até 2012 nada menos que 4,2 milhões delas nos três níveis), decidiu que
tinha porque tinha de fazer pelo menos uma para os eleitores não desconfiarem.
Decidiu fazer a lei do Programa de
Mobilidade Urbana.
Um colega cutucou que já existia, era
o que pretendia alterar os transportes coletivos, por exemplo, no ES o TRANSCOL
(transporte coletivo).
PMU
Primeiro foi o Programa de Imobilidade Urbana.
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Ele decidiu mudar para não ficar igual
e colocou o Programa de Urbana Mobilidade, logo no Brasil, que é tarado por
siglas. Ficou PUM, que no país significa peido. O pessoal não perdoou: cadê o
peido do Nicanor?
PUM pra lá, PUM pra cá.
Nicanor até que gostou, colocava o
nome dele na boca do povo, quer dizer, no nariz do povo, projetava, dava fama.
E procurava explicar que o PUM dizia respeito
a mover A CIDADE, entende? A moraria na casa de B, que moraria no bairro de F e
assim por diante, todo mundo mudaria de casa e sentiria na pele o que eram as
agruras do próximo, passando a amá-lo muito mais ou pelo menos a amá-lo.
AS donas de casa, sempre muito zelosas
com suas arrumações, sempre muito cuidadosas com seus objetos, sempre
protetoras, ficaram irritadas, até porque o projeto não pagava o transporte
para levar e trazer, tinha de ficar tudo no lugar; e, claro, os outros
estragavam, não cuidavam tanto quanto elas. O que tinham área menor, ao ir para
área maior não queriam voltar, enquanto na situação inversa os outros se
sentiam diminuídos e trancafiados.
Desacerto total.
As mulheres se irritavam, cutucavam os
homens, que não trabalhavam direito; as crianças ficavam com caras de poucos
amigos, até porque perdiam os antigos e ainda não tinham adquirido os novos
quando deviam mudar de novo.
As mulheres fizeram um panelaço com
palavras de ordens ofensivas:
- PUM, PUM, PUM, NICANOR TEM BODUM.
Quiseram pegar Nicanor no bailão a que
ele foi.
Então a lei atingiu os ricos, que a
bem da sociedade tinham de sair de suas mansões no Morumbi para as favelas de
São Paulo.
Rapidamente descobriram que Nicanor
estava envolvido nos escândalos da importação de calcinhas embebidas em
cocaína, operação ligada ao Cachoeira e ao Cartel de Cancun. Não adiantou
Nicanor dizer que nunca nem tinha ouvido falar de Cancun, não conhecida o
Cachoeira da Fumaça, passava longe de Coca e Pepsi.
Numa rara operação combinada bem-sucedida
da PF e do Congresso ele foi indiciado, julgado por falta de decoro
parlamentar, preso por seis anos, sem sursis. Vai sair daqui a dois meses.
Serra, quinta-feira, 28 de junho de
2012.
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