terça-feira, 6 de novembro de 2018


Zékespeare

 

A mãe era nordestina, o pai inglês, ficou José Manuel Shakespeare. E como seu parente mais famoso e antigo e nobre e considerado, o Zé “deu para as letras”, quer dizer, foi ser poeta, só que poeta da literatura de cordel criador daqueles livrinhos (não é de desconsiderar, veja a proeza de acharem material para estampar a vida de Lulambão num livro de cordel de umas 400 ou 500 páginas!) de pendurar em barbante.

O pessoal da cidadezinha dele não sabia falar Shakespeare (nem muito menos escrever!), porisso diziam Zéquespier e assim ele ficou conhecido no meio. Não adiantou nada aquele pessoal de São Paulo capital interessado na propagação dos valores da LC tentar voltar o nome dele à origem. Foi inútil. Quando colocaram os cartazes para o evento e o lançamento dos livretos com o nome inteiro, não apareceu nem um, nem pra remédio; ele só assinou e colocou dedicatória nos livretos dos próprios organizadores e amigos.

O pai dele, saindo da Grã-Bretanha muito cedo para fugir à civilização, não lhe transmitiu ideia do nome, porisso ele não fazia ideia da honra ligada ao Willian original. Quando tomou contato com a obra de seu ilustre antepassado através desse pessoal, ficou felicíssimo, transbordante de orgulho.

E como o “crioulo doido” do Stanislaw Ponte Preta tratou de fazer literatura calcada no antigo Xeique. Ele foi a Recife e na Biblioteca Estadual e na Biblioteca Municipal leu a obra completa do parente. Baixou os e-livros na Internet e se debruçou sobre eles.

A OBRA DE MESTRE ZÉQUESPIER (sinto muito, mas aqui não cabe tudo que ele fez, não senhor; vai me desculpar)

DO WILLIAN
DO ZÉ
O Joguinho de Comadres de Conceição do Mato Dentro.
O Entardecer de Príncipes (nesse dia faltou luz e tivemos de antecipar a apresentação).
O Comerciante de Recife, a Veneza do Nordeste.
Doutor Péricles, o Príncipe do Tiro (aê, Dr. Péricles, o senhor é o maioral).
Rei Joãozinho Trinta Fica sem Terras e é Obrigado a Pedir Verbas à Prefeitura.
Rometa e Julieu ou A Indecente Beijação na Capela.
O Boboca que Acreditou nas Promessas de Carnaval da Paulistinha.
Coríntia de Atenas Joga com o Flamenguinho de Sobral e Leva uma Surra Inesquecível.
Tolo e Casada ou os Infortúnios de Zé Mané Atrevido que Foi Pegar a Mulé dos Outros (tomô, papudo?!)

Veja só o que são os temperos tropicais...

Mais, o que é o molejo nordestino.

E não é que as peças d0 Shakespeare-tropical passaram a ser freqüentadas? Frequentadíssimas e comentadíssimas, por sinal, os jornais faziam questão de divulgar, virou Cult, fenômeno mais que nacional, saiu no New York Times, foi recomendado pelo LA Chronicles, pelo Corriere della Sera, pelo The Guardian, pelo Le Figaro, pela Folha e pelo JB.

É nóis na fita, mano.

Parece que só as coisas do Nordeste são apreciadas fora do Brasil.

Serra, quarta-feira, 04 de julho de 2012.

 

OBRAS DO XEIQUE

Principais obras
Comédias
·       O Mercador de Veneza
·       A Comédia dos Erros
·       Muito Barulho por Nada
·       Noite de Reis
·       Medida por Medida
·       Conto do Inverno
·       Cimbelino
·       A Megera Domada
·       A Tempestade
·       Como Gostais
Tragédias
·       Tito Andrônico
·       Romeu e Julieta
·       Júlio César
·       Macbeth
·       Antônio e Cleópatra
·       Coriolano
·       Timão de Atenas
·       Rei Lear
·       Otelo, o Mouro de Veneza
·       Hamlet (eBook)
·       Tróilo e Créssida
·       A Tempestade
Dramas históricos
·       Rei João
·       Ricardo II
·       Ricardo III
·       Henrique IV, Parte 1
·       Henrique IV, Parte 2
·       Henrique V
·       Henrique VI, Parte 1
·       Henrique VI, Parte 2
·       Henrique VI, Parte 3
·       Henrique VIII
·       Eduardo III

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