Eco-Loja
Em vez de apenas vender, a proposta
desse grupinho era efetivamente defender os valores da Vida, a de fungos, de
plantas, de animais e de primatas. Vendiam livros, faziam palestras,
protestavam nas ruas, enviavam missionários às casas das cidades, faziam e
aconteciam.
Não estavam ali apenas para ganhar
dinheiro.
A loja era apenas a boca da garrafa, o
bico do funil – ela ajuntava de toda parte e reunia num lugar. Focava. Juntava
e rejuntava as pessoas interessadas, gente de todo tipo, de toda profissão,
idade, classe social, sem qualquer complexo ou restrição.
ECOMÉRCIO
Eco-danos.
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As atividades supostamente ecológicas se tornaram tão
daninhas quanto as outras.
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Sacola cínica (é de plástico para combater os plásticos).
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O principal era a mensagem.
Mensagem de salvação.
Mensagem de proteção.
Conversavam e os que vinham decidiam
colocar franqueamento, o dinheiro sendo somado e vigiado por todos para o crescimento
contínuo em todas as cidades, todos os estados/províncias, todos os países.
Era o bastante para sobreviver e
sobre-viver em alegria e compartilhamento, em comunhão em prol de uma causa
boa. A causa era a causa-razão de eles viverem.
Colocaram um jornal, o Jornaleco, de que já falei noutra
ocasião.
Colocaram rádio, a Soneco.
Implantaram uma filosofia de vida,
literalmente, a Ecosofia.
Convidaram pessoas para palestras e,
ao ir, elas levavam a ideia central para implantar noutros lugares.
Cresceu como fogo.
Era bar também, boa cerveja, chope,
vinho, coisas de baixo teor, o objetivo não era a bebedeira, era conversar,
com-versar, versar junto: fizeram versos, publicaram livros. Publicaram livros
das palestras e dos debates intramuros.
Não faziam questão de luxo, o desígnio
central era estudar o passado, o presente e o futuro das relações biológico-psicológicas.
E o lixo? E o luxo? E as embalagens? E os sacos plásticos? E as usinas
nucleares? E o assoreamento dos rios? E o avanço da produção sobre as áreas de
proteção? E os circos escandalosos de animais? E os zoológicos? Faziam camisas,
vestiam as camisas literal e metaforicamente. Foram às câmaras de vereadores,
foram às assembléias, foram ao Congresso, aos governantes, aos juízes, às
escolas, às universidades. Conforme o número das pessoas interessadas ia
crescendo foram visitando mais e mais gente.
Não constituíram um partido de cima
para baixo. Conversaram com as crianças, instituíram o Vida na Escola,
pretendendo salvar boa parte dela da agressividade humana.
Serra, quinta-feira, 19 de julho de
2012.
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