quarta-feira, 7 de novembro de 2018


Borracharia

 

Como diria o colega fiscal WC, meu guru sexual, na hora da borracha não há valente que não conte tudo. Ou, todo mundo é valente até o cassetete ser puxado.

OS COMEÇOS, OS MEIOS E OS FINS DA TORTURA

ANTIGUIDADE (até 476)
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IDADE MÉDIA (476 a 1453)
MODERNIDADE (1453 a 1789)
Descrição: http://catalogodeindisciplinas.files.wordpress.com/2009/11/dbeans.jpg?w=538
CONTEMPORANEIDADE (até 1991)
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HOJE
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A TORTURA NA AMÉRICA LATINA

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Quem são os borracheiros?

São funcionários do Estado: dos patrícios na Antiguidade, dos nobres na Idade Média, dos burgueses na Idade Moderna e dos capitalistas na Idade Contemporânea. Enfim, dos que têm, mirando os que não têm. Os que têm, tem o Estado, são donos dele, por mais que disfarcem.

Você nunca ouviu falar de um maltrapilho torturando um ricaço.

É sempre o contrário (embora não pareça, porque até para isso os ricaços subcontratam, terceirizam a tortura), os ricaços, através de seus prepostos, torturando os que almejam afastá-los de suas posses.

INSTRUMENTOS DE TORTURA (tomados como tais, porque existem muitos outros, mais sutis, como péssimas condições de trabalho)

 

OS OUTROS MODOS DE TORTURAR

 

O HINO DO TORTURADOR (de Chico e Ruy Guerra)

Fado Tropical
 
Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose
de lirismo...(além da
sífilis, é claro)*
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em
torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do Alentejo
De quem numa bravata
Arrebato um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa..."

Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre Trás-os-Montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial

* trecho original, vetado pela censura

O torturador é um injustiçado, não se fez justiça do que ele fez. Por exemplo, no Brasil foram todos perdoados na anistia ampla, geral e irrestrita: nem sombra restou, nem sangue seco, nem nódoa, nem desmerecimento, nem pesadelo, nem nada.

É a borracharia. Ninguém sabe quem foi, ninguém quer saber, paira o silêncio (porque tantos torturados no mundo inteiro não falam, estão “mortos para esta triste vida antiga”).

Serra, sexta-feira, 06 de julho de 2012.

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