domingo, 4 de novembro de 2018


Os Transeuntes do TRANSCOL

 

Agradecendo à memória de nosso amigo GHB.

Mister James, da Rádio Universitária da UFES, falou essa no ar durante irradiação. O TRANSCOL é o Transporte Coletivo do ES. O então diretor da RUF, qualquer que seja a sigla da rádio, despediu-o, porém, a audiência dela caiu de 0,0 % (ainda mensurável, indo-se mais a fundo) para traço, insignificante, porisso teve de re-admiti-lo.

TRANSCOLES

A promessa...
... e a realidade.
Descrição: http://babadocerto.files.wordpress.com/2009/01/transcol.jpg
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRgmP9Sg4IrbNRY9kAb4-9tzKbrhjArnuiKPJHcocqhUkZhTIih8zacd8h_5PXCu3xiyNfFNOgYhLujvwj0Yf2y9yZbbh_ulz6Q4oIfVC7oCje8c6Fuo79skmIJ5o0l5w5I-98wKMkSymC/s400/transcol+2.jpg
O novo serviço do centro de Vitória à Prainha em Vila Idosa (é novo nome da cidade, não pode mais falar “velha”).

Com base nisso nosso amigo gozador-carioca Carlos Alberto Mariano Freitas fez pesquisa de todas as batatadas ditas por artistas, jogadores, técnicos, políticos e uma carrada de gente, com fotos e ocasiões. Para não ficar só nisso, consultou os professores e as professoras de português da NUFES e de várias escolas isoladas.

Calhamaço.

Embora eu não tenha nem de longe inveja de nem uma pessoa que seja, tem um tipo de obra que eu gostaria de ter escrito, por respeito ao autor. Livros de mil e até duas mil ou mais páginas em vários volumes. Você não sabe, mas cada página escrita consome 40 minutos do fulano ou da fulana e mil páginas custam (pois tempo é dinheiro) 40 mil minutos. Vamos colocar 42 mil para, dividindo por 60, ficarem 700 horas; vamos dizer 800 (já que é fictício o exemplo) para, dividindo por oito horas diárias dar 100 dias. Como um ano tem 104 dias de sábados e domingos, mais 11 feriados, isso dá 365/125 = 3/1 ou 240 para 125, grosso modo 2/3: multiplique por três e divida por dois para obter (100 x 3)/2 = 150 dias corridos, quase metade de um ano de atenção profunda. Não admira mesmo nada que as famílias de escritores sofram com o empenho deles e eles agradeçam ao fim da tarefa.

Pois bem, o Carlos, o Carlinhos, o Cacá fez um trabalho minucioso, bonito mesmo. Cuidadoso, referenciado, com notas de rodapé, índice remissivo, endereços dos batateiros e tudo isso. Fiquei pasmado de que perto de mim, de nós todos, houvesse pessoa com essa competência, aplaudi, disse para ele.

Não sei como, acabou vazando.

Carlos começou a receber telefonemas com ameaças, ligações obscenas foram feitas para sua esposa, também abordada na rua, e alguém cercou as crianças na escola, ele ficou alucinado. Fugiu rapidamente para o Rio. Mesmo assim continuaram com a patifaria. Ele puxou o carro, foi para a Finlândia, onde vivia uma irmã com o marido e os filhos, escafedeu-se, nem deixou endereço.

Fico pensando em como são as coisas no Brasil: se algo assim fica vedado ao nosso conhecimento, quanto mais as sacanagens dos governantes do Executivo, dos políticos do Legislativo, dos juízes do Judiciário, dos empresários e de todo rico no Brasil. É um iceberg de imundícies que a gente nem sabe. Estamos navegando num mar de m* e nem nos damos conta.

Serra, quinta-feira, 14 de junho de 2012.

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