Solícito
Esse foi outro caso.
Tenho percorrido os jornais em busca
de coisas insólitas, de pessoas diferentes, de gente que faz o tradicional de
modo novo.
Deparei com esse cara.
Não faz sentido contar o santo, só o
milagre.
Ele decidiu procurar “em todo o mundo”
(claro que não, há 8,0 mil línguas e dialetos, quem conseguiria saber de todos
os casos?) os exemplos extremos de deferência, o chamado “puxa-saquismo”, os
“cordões dos puxa-sacos” e que tais.
QUE
CATEGORIA!
ADERENTES
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BABA-OVOS
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DO
CORDÃO
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DUREX
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PUXA-SACOS
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SOLÍCITOS
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E assim por diante.
Enfim, você sabe, os peixinhos do
chefe, os que levam peixes aos chefes, os que adulam, os que lambem os sacos,
os que se agacham e mostram a bunda, os capachos e capachões, os capachildos,
como diziam meu pai e minha mãe.
É repugnante.
É mais abominável, desprezível,
odiento, abjeto, detestável, execrável ainda ver e ouvir, deparar com a coisa
em andamento. A falta de dignidade! Pessoas que renunciam à liberdade
laboriosamente conquistada.
Há os solícitos.
Os diligentes que pulam logo que o
chefe chama.
As pessoas se esquecem de em 1º de
Maio de cada ano - dia do trabalho – comemorar as lutas dos trabalhadores,
todos que ao longo dos séculos lutaram e morreram por nossa liberdade. Deviam
tomar vergonha na cara e em cada país erguer estátuas a esses heróis e por eles
todos comemorar a redução das jornadas de trabalho de 16 ou 14 horas a oito
horas/dia; o descanso aos domingos e aos sábados; as férias; as férias-prêmio;
o tratamento da saúde e tudo que não existia antes.
Em vez disso, desavergonhadamente
puxam saco.
Aplaudi a iniciativa desse cara,
queria ter sido eu.
COMO
CALHOU QUE NÃO FUI EU QUE FIZ?
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Certas Canções
Certas
canções que ouço
Cabem tão dentro de mim Que perguntar carece Como não fui eu que fiz?
Certa
emoção me alcança
Corta-me a alma sem dor Certas canções me chegam Como se fosse o amor
Contos da
água e do fogo
Cacos de vidas no chão Cartas do sonho do povo E o coração pro cantor Vida e mais vida ou ferida Chuva, outono, ou mar Carvão e giz, abrigo Gesto molhado no olhar
Calor que
invade, arde, queima, encoraja
Amor que invade, arde, carece de cantar |
Caramba, tem gente que tem ideias
geniais. Por vezes fico pensando que eu deveria pensar mais e melhor. Puta
merda!
Serra, segunda-feira, 02 de julho de
2012.
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