segunda-feira, 5 de novembro de 2018


Solícito

 

Esse foi outro caso.

Tenho percorrido os jornais em busca de coisas insólitas, de pessoas diferentes, de gente que faz o tradicional de modo novo.

Deparei com esse cara.

Não faz sentido contar o santo, só o milagre.

Ele decidiu procurar “em todo o mundo” (claro que não, há 8,0 mil línguas e dialetos, quem conseguiria saber de todos os casos?) os exemplos extremos de deferência, o chamado “puxa-saquismo”, os “cordões dos puxa-sacos” e que tais.

QUE CATEGORIA!

ADERENTES
Descrição: http://tduarte.sites.uol.com.br/Puxa-Saco.jpg
BABA-OVOS
 
DO CORDÃO
 
DUREX
 
PUXA-SACOS
Descrição: http://www.brasilescola.com/upload/e/puxa-saco1.jpg
SOLÍCITOS
 

E assim por diante.

Enfim, você sabe, os peixinhos do chefe, os que levam peixes aos chefes, os que adulam, os que lambem os sacos, os que se agacham e mostram a bunda, os capachos e capachões, os capachildos, como diziam meu pai e minha mãe.

É repugnante.

É mais abominável, desprezível, odiento, abjeto, detestável, execrável ainda ver e ouvir, deparar com a coisa em andamento. A falta de dignidade! Pessoas que renunciam à liberdade laboriosamente conquistada.

Há os solícitos.

Os diligentes que pulam logo que o chefe chama.

As pessoas se esquecem de em 1º de Maio de cada ano - dia do trabalho – comemorar as lutas dos trabalhadores, todos que ao longo dos séculos lutaram e morreram por nossa liberdade. Deviam tomar vergonha na cara e em cada país erguer estátuas a esses heróis e por eles todos comemorar a redução das jornadas de trabalho de 16 ou 14 horas a oito horas/dia; o descanso aos domingos e aos sábados; as férias; as férias-prêmio; o tratamento da saúde e tudo que não existia antes.

Em vez disso, desavergonhadamente puxam saco.

Aplaudi a iniciativa desse cara, queria ter sido eu.

COMO CALHOU QUE NÃO FUI EU QUE FIZ?

Descrição: http://www.portalburitiense.com.br/wp-content/uploads/2012/04/portal-11.jpg
Certas Canções
 
Certas canções que ouço
Cabem tão dentro de mim
Que perguntar carece
Como não fui eu que fiz?
Certa emoção me alcança
Corta-me a alma sem dor
Certas canções me chegam
Como se fosse o amor
Contos da água e do fogo
Cacos de vidas no chão
Cartas do sonho do povo
E o coração pro cantor
Vida e mais vida ou ferida
Chuva, outono, ou mar
Carvão e giz, abrigo
Gesto molhado no olhar
Calor que invade, arde, queima, encoraja
Amor que invade, arde, carece de cantar

Caramba, tem gente que tem ideias geniais. Por vezes fico pensando que eu deveria pensar mais e melhor. Puta merda!

Serra, segunda-feira, 02 de julho de 2012.

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