domingo, 8 de janeiro de 2017


Petições de Fechamento

 

                            Desde o Clube de Roma em 1967 com Limites do Crescimento até revistas em quadrinhos, passando por textos inumeráveis, filmes, tudo, há isso que chamei de petições ou pedidos ou súplicas ou rogativas de fechamento ou trancamento ou encerramento de projeto, do tipo “vamos ficar com as dimensões que já temos, desde que nos incluam nos beneficiários, e excluir OS OUTROS”. Só que os outros dos outros somos nós mesmos, como viu Jesus logo de cara.

                            Há sempre esse exclusivismo, a doença superafirmativa da exclusividade, da seleção para nós, com segregação dos demais.

                            Como é que OS OUTROS se desenvolverão? Como é que OS OUTROS alcançarão a excelência que portamos agora? Acontece que os outros dos romanos e dos gregos, os bárbaros de então, são os desenvolvidos de hojaqui, os europeus. Os outros dos chineses são os japoneses e coreanos de hoje. O Papa está certo em abrir. Evidentemente abrir demais, sem responsabilidade, levaria ao caos intratável, mergulharia a humanidade no abismo sem volta. É preciso cautela.

                            OS OUTROS estão esperando um pouco de consideração, de amor ao próximo, de aceitação, de compaixão, de caridade, de dignificação. OS OUTROS querem ser tão nós quanto nós mesmos. E nós queremos também ser OS OUTROS, porque no meio DOS OUTROS estão as mulheres que amaremos, as famílias das quais ficaremos amigos, as empresas que salvarão o futuro, e assim por diante.

                            No entanto, há essa gente solicitando o tempo todo o fechamento do Projeto, o conjunto dos projetos de humanização da humanidade. Para quê tanta pressa? Para quê tanta angústia?

                            Tenham calma os que acreditam que Deus está zelando pela humanidade e trabalhem com mais afinco os que não acreditam.

                            Vitória, quinta-feira, 21 de novembro de 2002.

Orientação Popular para a Universidade

 

                           No período de oito anos de FHC, de 1994 a 2002, podemos dizer que grosso modo os estudantes universitários dobraram, de 1,5 milhão para 3,0 milhões, um salto extraordinário, de modo que agora estarão nas escolas de nível superior - em maior número nas privadas - na base de um em cada sessenta brasileiros, o que nunca aconteceu antes. Agora estão com essa posição (errada) de separar vagas para os negros, o que no final lhes tira valor de sobrevivência, dando de mão beijada algo que eles deveriam conquistar (e com isso chegar a um patamar superior de competência e habilidade, selecionando realmente os melhores – é a velha política canhestra de reserva de mercado, a título de uma solidariedade criminosa, relativa a remorso em razão da escravidão).

                            Entrementes, os governempresas deveriam colocar escritórios que orientassem os pobres e miseráveis para as universidades, tornando-os INTERESSADOS nelas fundamentalmente, e porisso DE NATUREZA mais competitivos pelas vagas, forçando para que o número destas, e de faculdades, aumentem a um ritmo mais acelerado. Chamaríamos a isso ESCRITÓRIOS DE ORIENTAÇÃO UNIVERSITÁRIA, valendo para todos, mas focados nas frações desfavorecidas, com compensação assimétrica, como está posto no modelo.Os G/E deveriam passar na mídia (TV, Revista, Jornal, Livro, Rádio e Internet) uma série de programas documentários sobre a utilidade de ter curso universitário, a saber: 1) maiores ganhos, 2) serviço junto a gente educada e em escritórios limpos e bonitos, com melhores condições de trabalho, 3) ampliação dos horizontes, 4) amizades que evoluirão para níveis superiores de compreensão e poder, 5) capacidade de focar a mente na resolução de problemas de todo tipo, 6) apuro da lógica natural, 7) método científico de observação, etc.

                            Compreendendo PORQUE vamos até as universidades com toda certeza pobres e miseráveis fariam esforço redobrado, conseguindo colocar lá muitos dos seus. Com isso todo o país, todo o povelite/nação iria crescer socioeconomicamente, dando saltos sucessivos.
                            Vitória, domingo, 24 de novembro de 2002.

Ondas Poéticas

 

                            Por conta daquele segundo texto das Posteridades, Unidade de Conceitos para a Utilização de Superondas em Toda a Largura do Espectro (certamente foi o título mais longo que já dei), imaginei que as ondas são frações identificáveis de vários modos: 1) eletromagnético (por transformação, com captação), 2) sonoro (audível) e 3) matemático. Podem ser equiparadas a frações, as ondas de som, como Pitágoras descobriu de início, dois mil e quinhentos anos atrás.

                            Tanto para prosa (de um modo muito mais difícil, dado que ela visa os conteúdos ou conceitos ou estruturas, e não as formas) quanto para a poesia podemos propor uma HARMONIZAÇÃO DE ONDAS em quatro patamares, como pede o modelo: D, C, B e A, a mais fina, mas esta ainda podendo ser AD, AC, AB e AA, esta AAD, AAC, AAB e AAA, esta ainda AAAD, AAAC, AAAB e AAAA, as mais perfeitas de todas em 4 x 4 x 4 x 4 = 16 x 16 = 256 modos diferentes, desde 256 a 001, este nível afinadíssimo, de um modo como os seres humanos não conhecem hoje, mesmo os mais perfeitos músicos que já existiram (aliás, será uma métrica para todos os da geo-história humana).

                            Seja na poesia escrita (cuja leitura é sonora dentro da cabeça das pessoas, no ouvido-interpretador, interno) seja na falada (pausadamente ou declamada, com efeitos especiais ou não) podemos prever uma quantidade de maturações ou evoluções bem acentuadas, através das próximas décadas.

                            Procedendo às classificações de 256 a 001 certamente depararemos com a Curva de Gauss (enquadrando o caos), para o grande número de composições já apresentadas, quando passadas dentro do programáquina conveniente Poética 1.0, e seguintes. Daí que todas as que puderem ser recuperadas, mesmo as mais tolas, são significativas para o projeto de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático futuro, permitindo avanços mais rápidos na observação do espectro. Tais ONDAS POÉTICAS acabarão por ser afinadíssimas, tão afinadas a ponto de nos emocionar.

                            É evidente que um desdobramento disso será poder de pronto analisar nas gravadoras as mais afinadas composições. Outro o tratamento das angústias humanas de todo porte e todo significado, auxiliando na psicanálise e na Psicologia geral. Garantirá uma proximidade maior e harmonia ainda não conseguida junto às “criações”, os animais domésticos, e até mesmo os selvagens, através das músicas.

                            Vitória, quinta-feira, 21 de novembro de 2002.

Ondas e Modelo do Balde

 

                            Veja a questão do chamado Modelo do Balde, como retratei em Modelo do Balde, Livro 8, depois em Modelações do Balde, Livro 11, e outros em que o citei de passagem.

                            Bom, acontece que o balde não pergunta o que está sendo modelado – então ele serve PARA TUDO, em condição de transiente, de trânsito em toda a pontescada científica: na Física, na Química, na Biologia, na p.2, na Psicologia, na p.3, na Informática, na p.4, na Cosmologia, na p.5, na Dialógica e na p.6, pois o balde é o equivalente inercial dos arranjos gravitacionais na forma de esferas ou pseudo-esferas, como a Terra, por exemplo. Se segue que serve para o sol, planetas, satélites e o resto todo, como galáxias, aglomerados, superaglomerados. No sistema solar, balde.SS, o Sol ficaria no fundo dele. Tudo é BALDE em várias fases de evolução, até os terremotos, maremotos, meteorologia, tudo mesmo.

                            Preparado o programáquina Balde 1.0 ele irá evoluindo e revoluindo, revolucionando, até o ponto em que ficará o mais próximo possível da perfeição, dando a maioria das respostas PORQUE poderemos olhas as esferas POR DENTRO, no interior do balde real ou virtual.

                            Vendo que todas as coisas são ondas ou campartículas, temos COMPOSIÇÕES DE CAMPARTÍCULAS ou de ondas, de modo que veremos no balde composições de ondas. Variando as CNTP e outras condições, poderemos ver a formação e a mutação de montanhas e várias outras figurestruturas ou formestruturas, como digo. Agora temos duas concepções poderosas: ONDAS e BALDES, de maneira que estaremos bem à vontade para progredir rapidamente.

                            Vitória, quinta-feira, 21 de novembro de 2002.

O Que Há de Diferente?

 

                            O mundo humano é de uma chatice sem par, a maior parte do tempo, brilhando na escuridão como que uns pirilampos, uns vaga-lumes que iluminam temporariamente o breu indevassável. Uns tecnartistas e tecnocientistas, ou gente do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral que nos diverte e encanta.

                            No mais é aquele aborrecimento.

                            Ficamos vasculhando à esquerda e à direita para ver algo de novo nas 6,5 mil profissões, nas patentes, nas tecnartes (da visão: poesia, prosa, moda, pintura, desenho, fotografia, dança, etc.; do paladar: comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.; da audição: música, discurso, etc.; do olfato: perfumaria, etc.; do tato: cinema, teatro, urbanismo, paisagismo/jardinagem, arquiengenharia, tapeçaria, esculturação, decoração, etc.), onde for.

                            Contando a produção em quatro níveis (A, B, C e D) e subdividindo estes em AA, AB, AC e AD, depois o primeiro destes novamente em AAA, AAB, AAC e AAD, e por último tendo AAAA, AAAB, AAAC e AAAD, os A, AA, AAA e AAAA são de raros a raríssimos. Com que alegria supimpa vemos um desses raríssimos AAAA brilhando esplendoroso! Esses A resgatam nossa felicidade daquele abatimento diante da estupidez, da má fé, da insinceridade e da produção ruim, desleixada, desmazelada, negligente, descuidada, descurada, relaxada, e porisso mesmo odiosa.

                            E tão raro que às vezes fica uma angústia, uma falta de ar, um assombro de não ter mais, de ser tão pouco. Se for verdadeiro que vai reduzindo a 1/40, 1/1600, 1/64.000 e 1/2.560.000, então vamos ficando com muito pouco mesmo, nos níveis superiores, porque AAAA em seis bilhões de seres humanos no ano 2000 seriam menos de dois mil e quinhentos, dos quais metade crianças. E isso, espalhado em todas as profissões humanas, daria realmente pouquíssimo que pudéssemos apreciar.

                            Não é senão porisso mesmo que quando aparece algo especial a gente agarra com todas as forças e não quer mais soltar, pois o resto é repetição em vários patamares da pirâmide de base cada vez mais larga.

                            Vitória, sábado, 23 de novembro de 2002.

O Projeto Chinês

 

                            O mundo todo, menos os árabes, está sendo cristianizado -ainda que não nominalmente, sem adoção da religião cristã, em qualquer de suas variações –, inclusive Japão, que foi o primeiro, e os tigres e os dragões asiáticos, que foram depois, e a China, em seguida, e todos do Sudeste e Sudoeste asiáticos.

                            Agora, isso traz um perigo extraordinário para o Ocidente, porquanto o Oriente, que já dispunha da organização direta via políticadministração de formas ou figuras, adere à pesquisa & desenvolvimento teórico & prático do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) inteiro, à ocidental. Ou seja, junta à sua geo-história a postura do Ocidente, que a China reconheceu como mais efetiva com o Caminho de Duas Vias, adotado a partir de 1975 com as visitas de Kissinger e definitivamente após a morte de Mao e o afastamento da Gangue dos Quatro em 1986, já vão lá 16 anos de crescimento ininterrupto.

                            Veja o povelite/nação parcializado como povo e elites. No conjunto são lá 1.300 milhões, contra 170 milhões no Brasil, para colocar um paralelo. Como eu já disse noutra parte, viver é solucionar problemas, que trazem tanto a evolução uniforme quanto a revolução por saltos. Acontece que PROBLEMAS ENORMES geram SALTOS ENORMES, que aplicados a uma GRANDE POPULAÇÃO levam a EVOLUÇÕES FORMIDÁVEIS, que levam a um círculo virtuoso. Enquanto os chineses estavam emperrados pelo não-distributivismo implícito no taoísmo (não-resignado), no confucionismo (resignado) e no budismo (ausente), eram impotentes para espalhar as benesses civilizatórias até a base. Agora, no entanto, a coisa mudou radicalmente, PORQUE através de Hong Kong os ingleses forneceram uma chave de extrema importância, tendo a cidade sob domínio de 1860 a 1997, durante 137 anos, nos quais os chineses aprenderam a governar sob a formestrutura ocidental. Acontece que Hong Kong passou, pequenina que é, por pressões extremas, tendo se composto com incomensurável valor de sobrevivência, tanto assim que produz e importa/exporta valores apreciáveis, mesmo diante dos maiores países. ESSA CHAVE AGORA PERTENCE À CHINA e posta contra a fechadura chinesa abrirá uma porta que o mundo ainda não conhece. A China continental contaminar HK é o de menos, HK contaminar a China é que é o verdadeiro susto. Pois apenas copiando HK a China já potencializa tudo, dada a cristianização do lugar. Os chineses não se tornarão cristãos, mas como sempre adotarão os hábitos estrangeiros, adaptando-s às suas condições.

                            O resultado DUPLO é o seguinte: 1) o povo será tremendíssima base de consumo, para mais de um bilhão; 2) as elites extremas, constituindo 2,5 % do total, serão ainda assim 32,5 milhões de pessoas submetidas À MAIS ELEVADA PRESSÃO PLANETÁRIA DE ENSINAPRENDIZADO políticadministrativo governempresarial pessoambiental. É quanto basta para a China, sozinha, não apenas arrastar todo o Oriente (o Japão se tornará brevemente uma colônia) como enfrentar e vencer, a menos de mudanças de ventos, todo o Ocidente, inclusive o Brasil, caso não haja uma mudança de direção e sentido.

                            Os EUA estão se unindo às Américas do Sul e Central na ALCA, para enfrentar a Europa, mas mesmo que se juntem à Europa e ao Japão ainda não serão páreo para a China, a menos daquela mudança. SE a China colocar as mãos em Taiwan, então será mesmo o fim de qualquer esperança – o planeta terá se tornado chinês.

                            Tudo isso porque de um lado há o povo, que é essa insatisfeita base na qual TUDO poderá ser derramado como que num poço sem fundo, como do outro lado elites prontas a aprender interminavelmente, sob as mais difíceis pressões de seleção racional e sentimental, quer dizer, sendo selecionadas para a aptidão num ritmo frenético, atualmente inconcebível.

                            Se o Ocidente não souber mudar para acompanhar eles se apoderarão de tudo mesmo.

                            Vitória, sexta-feira, 22 de novembro de 2002.

O Caso das Moedas

 

                            Sonhei que um determinado sujeito chegava a um bar e tentava pagar com enormes moedas velhas, que naturalmente foram rejeitadas, para grande espanto seu. Ele desperta então para o fato de que as moedas são de dez ou quinze anos antes, tendo perdido o valor com a inflação. Contudo continua convicto de que deveriam ser aceitas, como se estivesse fazendo uma operação trivial no tempo próprio.

                            Isso é motivo para uma trama, como se o cara tivesse sido transplantado de um tempo a outro uma década ou duas. Pode ser o ponto de partida. Entretanto, se fosse só isso, seria trivial, porque já fizeram muitos filmes sobre os pseudodeslocamentos temporais.

                            Seria muito mais interessante se, investigando, descobrissem que se trata de uma conspiração, de uma brincadeira de algum sabidão, incluindo um suposto ator que se faz passar por alguém do passado, mas de forma bem convincente mesmo, ainda quando a “farsa” tenha sido descoberta.    Mesmo sob extrema pressão ele continua negando tudo. As pessoas quase todas se dão por satisfeitas, achando que o camarada é só um doido que levou tudo longe demais, até que alguém mais atento puxa uma ponta e com ela descobre que DE FATO ele veio do passado. Na realidade é um viajante temporal colecionador que transita entre o passado e o futuro e que perdeu a memória de si, teve amnésia, mas se lembra de coisas das vidas das pessoas e de acontecimentos que estão no futuro, uma série de desastres em várias partes do mundo – coisas leves. Daí segue a trama e uma série todinha.

                            Vitória, domingo, 24 de novembro de 2002.