Petições de Fechamento
Desde
o Clube de Roma em 1967 com Limites do Crescimento até revistas em
quadrinhos, passando por textos inumeráveis, filmes, tudo, há isso que chamei
de petições ou pedidos ou súplicas ou rogativas de fechamento ou trancamento ou
encerramento de projeto, do tipo “vamos ficar com as dimensões que já temos,
desde que nos incluam nos beneficiários, e excluir OS OUTROS”. Só que os outros
dos outros somos nós mesmos, como viu Jesus logo de cara.
Há
sempre esse exclusivismo, a doença superafirmativa da exclusividade, da seleção
para nós, com segregação dos demais.
Como
é que OS OUTROS se desenvolverão? Como é que OS OUTROS alcançarão a excelência
que portamos agora? Acontece que os outros dos romanos e dos gregos, os
bárbaros de então, são os desenvolvidos de hojaqui, os europeus. Os outros dos
chineses são os japoneses e coreanos de hoje. O Papa está certo em abrir.
Evidentemente abrir demais, sem responsabilidade, levaria ao caos intratável,
mergulharia a humanidade no abismo sem volta. É preciso cautela.
OS
OUTROS estão esperando um pouco de consideração, de amor ao próximo, de
aceitação, de compaixão, de caridade, de dignificação. OS OUTROS querem ser tão
nós quanto nós mesmos. E nós queremos também ser OS OUTROS, porque no meio DOS
OUTROS estão as mulheres que amaremos, as famílias das quais ficaremos amigos,
as empresas que salvarão o futuro, e assim por diante.
No
entanto, há essa gente solicitando o tempo todo o fechamento do Projeto, o
conjunto dos projetos de humanização da humanidade. Para quê tanta pressa? Para
quê tanta angústia?
Tenham
calma os que acreditam que Deus está zelando pela humanidade e trabalhem com
mais afinco os que não acreditam.
Vitória,
quinta-feira, 21 de novembro de 2002.
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