domingo, 8 de janeiro de 2017


O Caso das Moedas

 

                            Sonhei que um determinado sujeito chegava a um bar e tentava pagar com enormes moedas velhas, que naturalmente foram rejeitadas, para grande espanto seu. Ele desperta então para o fato de que as moedas são de dez ou quinze anos antes, tendo perdido o valor com a inflação. Contudo continua convicto de que deveriam ser aceitas, como se estivesse fazendo uma operação trivial no tempo próprio.

                            Isso é motivo para uma trama, como se o cara tivesse sido transplantado de um tempo a outro uma década ou duas. Pode ser o ponto de partida. Entretanto, se fosse só isso, seria trivial, porque já fizeram muitos filmes sobre os pseudodeslocamentos temporais.

                            Seria muito mais interessante se, investigando, descobrissem que se trata de uma conspiração, de uma brincadeira de algum sabidão, incluindo um suposto ator que se faz passar por alguém do passado, mas de forma bem convincente mesmo, ainda quando a “farsa” tenha sido descoberta.    Mesmo sob extrema pressão ele continua negando tudo. As pessoas quase todas se dão por satisfeitas, achando que o camarada é só um doido que levou tudo longe demais, até que alguém mais atento puxa uma ponta e com ela descobre que DE FATO ele veio do passado. Na realidade é um viajante temporal colecionador que transita entre o passado e o futuro e que perdeu a memória de si, teve amnésia, mas se lembra de coisas das vidas das pessoas e de acontecimentos que estão no futuro, uma série de desastres em várias partes do mundo – coisas leves. Daí segue a trama e uma série todinha.

                            Vitória, domingo, 24 de novembro de 2002.

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