domingo, 13 de agosto de 2017


Teorias em Salas de Guerra

 

                            Digo assim porque na guerra não há tantas restrições e as heresias de antes se tornam aceitáveis e são aceitas, as teorias e as práticas progridem amplamente. Na paz há montanhas e montanhas de compromissos que são aplainadas na guerra. A guerra rompe os milhões de teias de aranhas que vão sendo tecidas pelos compromissos preconceituosos. Eu não gosto da guerra, detesto-a, mas é verdade que é assim mesmo. Já pedi para fazer levantamentos dos estados do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) antes e depois das guerras. Tudo dá saltos, inclusive nas 6,5 mil profissões, nas chaves e bandeiras do modelo, em tudo mesmo, porque para tentar vencer ambos os lados devem aceitar o heterodoxo (no Houaiss digital: adjetivo

1.             que contraria padrões, normas ou dogmas estabelecidos (em certo domínio). Ex.: doutrina h. adjetivo e substantivo masculino 2 que ou quem não está de acordo com as opiniões, as idéias tradicionalmente ou ger. admitidas (por um grupo); dissidente, anticonformista 2.1 que ou quem sustenta doutrina contrária a qualquer princípio fundamental de uma seita, de uma religião; herético, herege, dissidente) ou desconhecido. Aliás, VENCE O LADO QUE ACEITA MAIS O HETERODOXO. Quem aceita mais o inusitado, o divergente, o não-conhecido, as hipóteses extraordinárias; quem leva mais a sério o excepcional, o formidável, o fantástico, o excêntrico, o que se situa fora dos eixos é o que testa mais possibilidades e chega a mais coisas novas.

No filme-série Os 4.400 que passa às sextas 23:00 horas no canal Universal (ex-USA), sobre 4,4 mil pessoas que são trazidas por uma nave espacial, há uma sala onde se vivencia a liberdade teórica do insólito. Na prática as pessoas tendem a zombar do que é diferente e só quando se vêem ameaçadas é que aceitam o que está em desacordo com o caminho supertrilhado. Até mesmo tanques de pensamento (que o Brasil nunca aceitou; eu tentei, 30 anos atrás) são restritivos, seguem os paradigmas da ordem e da superordem; na realidade são tanquinhos, são “baldes de pensamento”, tudo muito delimitado, às vezes até de encomenda, para parecer avançado. Ora, se os governos querem reais avanços deveriam aceitar TUDO que é estanho, porque ou é falso ou é verdadeiro (de primeira é 50/50, até que se apresente; aí se seguirão outras discussões). Nunca vi isso, nem ouvi falar, nem de longe. É porisso que todos os conjuntos (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos) progridem lentamente.

Vitória, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004.

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