Teorias em Salas de
Guerra
Digo assim porque na
guerra não há tantas restrições e as heresias de antes se tornam aceitáveis e
são aceitas, as teorias e as práticas progridem amplamente. Na paz há montanhas
e montanhas de compromissos que são aplainadas na guerra. A guerra rompe os
milhões de teias de aranhas que vão sendo tecidas pelos compromissos
preconceituosos. Eu não gosto da guerra, detesto-a, mas é verdade que é assim
mesmo. Já pedi para fazer levantamentos dos estados do Conhecimento (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) antes e
depois das guerras. Tudo dá saltos, inclusive nas 6,5 mil profissões, nas
chaves e bandeiras do modelo, em tudo mesmo, porque para tentar vencer ambos os
lados devem aceitar o heterodoxo (no Houaiss digital: adjetivo
1.
que contraria padrões, normas ou dogmas
estabelecidos (em certo domínio). Ex.: doutrina h. adjetivo e substantivo
masculino 2 que ou quem não está de acordo com as opiniões, as idéias
tradicionalmente ou ger. admitidas (por um grupo); dissidente, anticonformista 2.1
que ou quem sustenta doutrina contrária a qualquer princípio fundamental de
uma seita, de uma religião; herético, herege, dissidente) ou desconhecido. Aliás, VENCE O LADO
QUE ACEITA MAIS O HETERODOXO. Quem aceita mais o inusitado, o divergente, o não-conhecido,
as hipóteses extraordinárias; quem leva mais a sério o excepcional, o
formidável, o fantástico, o excêntrico, o que se situa fora dos eixos é o que
testa mais possibilidades e chega a mais coisas novas.
No
filme-série Os 4.400 que passa às
sextas 23:00 horas no canal Universal (ex-USA), sobre 4,4 mil pessoas que são trazidas por uma nave espacial, há
uma sala onde se vivencia a liberdade teórica do insólito. Na prática as
pessoas tendem a zombar do que é diferente e só quando se vêem ameaçadas é que
aceitam o que está em desacordo com o caminho supertrilhado. Até mesmo tanques
de pensamento (que o Brasil nunca aceitou; eu tentei, 30 anos atrás) são
restritivos, seguem os paradigmas da ordem e da superordem; na realidade são
tanquinhos, são “baldes de pensamento”, tudo muito delimitado, às vezes até de
encomenda, para parecer avançado. Ora, se os governos querem reais avanços
deveriam aceitar TUDO que é estanho, porque ou é falso ou é verdadeiro (de
primeira é 50/50, até que se apresente; aí se seguirão outras discussões).
Nunca vi isso, nem ouvi falar, nem de longe. É porisso que todos os conjuntos
(PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES:
cidades/municípios, estados, nações e mundos) progridem lentamente.
Vitória,
quarta-feira, 08 de dezembro de 2004.
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