segunda-feira, 28 de agosto de 2017


Sopro Antitérmico

 

                            Olhando o teto de zinco no posto fiscal José do Carmo, divisa com o Rio de Janeiro, que esquenta muito, estive pensando numa máquina posta em carroceria de caminhão, operada por operário soprando para cima desde uma escada (com máscara e outras proteções) um jato quente de espuma que grudasse e constituísse por baixo (poderia ser igualmente colocada por cima) das telhas uma proteção isolante-térmica que impedisse a passagem de calor para baixo. Isto seria feito onde as telhas já estão colocadas, porque as novas já viriam com tal cobertura.

                            Ela deveria ser lavável, porque fatalmente acumularia poeira, ou poderia ser pintada, para de seis em seis meses ou de ano em ano adquirir a cor original, de preferência branca, mas não só. Mais lisa ou mais grosseira, para diversos arranjos, seria aplicável também em paredes e quaisquer objetos a proteger, colando inseparavelmente (a menos de um outro produto químico solvente que só a empresa possuísse – depois de um certo tempo, claro, o segredo industrial fatalmente seria descoberto, o que implicaria novas pesquisas e desenvolvimentos).

                            Um tipo de isopor qualquer que endurecesse quando exposto ao ar. Espirrado, grudaria em tudo ou quase tudo. São milhões e milhões de galpões através do Brasil e do mundo.

                            Vitória, sábado, 29 de janeiro de 2005.

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