A Distância que o
Racional Está de “Tudo” ou A Notícia de que a Razão é Redução
Quando uma pessoa
chega de longe e, de ter ficado largo tempo fora, alguns dizem “fale tudo”, não
é possível realmente falar tudo, exceto para o Um, o que deu o salto para o
não-finito, o que chamam de Deus, Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI; fora ele, é
impossível, porque estar no racional é justamente indício ou indicação de
parcialidade. O “tudo” de que ser quer notícia é engendrado no real, porisso é
finito, mas a elaboração dele PODE dar-se no não-finito, porisso não pertence à
órbita da racionalidade. Falar é SEMPRE produzir parte, notícia incompleta. Um
único segundo, sob o não-finito, poderia desdobrar-se fractalmente, quer dizer,
fora do racional, infinitamente, para sempre. Só o UM pode “falar tudo”.
A razão é sempre
redução.
O próprio nome
indica: p/q é uma razão (verdadeira, porque as razões do tipo 5/4 são
impróprias ou compostas, neste caso de 1 + ¼). Assim, quando tenhamos dito
“você tem razão” queremos do lado contrário significar de fato que falta um
tanto, que quem afirma pode até não reconhecer, e quem ouve também.
Essa é uma notícia
que deveria nos contentar, porque ninguém está obrigado a ser perfeito, dado
que, como disse Gilberto Gil na música, “a perfeição é uma meta”, está além do
racional atingi-la. Se não podemos atingir, não ficaremos frustrados de não
chegar além do assintótico, ou seja, de precisarmos dos outros racionais para
prosseguir. Tal fundamental compreensão instala a coletividade, o trabalho
conjunto, o que é uma alegria a mais, desdobrada da primeira afirmação.
Vitória,
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005.
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