terça-feira, 29 de agosto de 2017


As Bordas Ocupadas e as Construções Perdidas

 

                            Já vimos que as possíveis áreas de borda ocupadas pela subida de 160 m das águas na Glaciação de Wisconsin (W) durante <W> (ou [W], a fase de passagem, das chuvas intensas), somam umas duas vezes a área do Espírito Santo (45.597 km2), o que não é pouco. Mesmo descontando as áreas polares, as praias geladas, o fato de que há 10 mil anos passados quase nada das Américas estava colonizado e mais tudo que pode ser tirado, ainda deve sobrar metade. Seja lá quanto for, embora não houvesse cidades (a primeira identificada é Jericó, de 11 mil anos atrás) havia as cavernas, as pós-cavernas e as pré-cidades, tudo embolado e convivendo na mesma era.

                            UMA LISTA DE BUSCAS

·       cavernas das bordas;

·       pós-cavernas dos limites;

·       pré-cidades das beiradas;

·       cidades dos contornos (pois Jericó foi a primeira DESCOBERTA, isto é, achada – podem existir muitas outras que não foram achadas).

Existe essa faixa de, potencialmente, 170 mil km, talvez metade, 85 mil km vezes algumas centenas de metros e em alguns lugares até alguns quilômetros, principalmente na África e parte do Oriente Médio. Não é coisa de maluco, não, é tecnociência mesmo, a busca séria do que estava situado entre a era das cavernas ocupadas por 10 milhões de anos e a era das cidades, das quais a primeira evidente é Jericó.

Ora, a humanidade é muito industriosa, muito trabalhadora, opera o tempo todo, constrói, constrói e constrói continuamente ano após ano, década após década. E são milhões de cada vez. Mesmo 10 mil anos atrás já existiam de cinco a dez milhões de seres humanos. Metade trabalhando, são 7 a 14 bilhões de horas-homem por ano (porque não tinham feriados, dias-santos, domingos, sábados nem nada que os refreasse – refrear está certo, estou apenas referindo). Mesmo se as mulheres fizessem apenas o trabalho de coleta, ainda seriam 4 a 8 bilhões de HH, o que é muita coisa. Se há descobertas de cidades-palustres nos pauis de lagoas, porque não haveria no limiar do mar? É incoerente, é inconsistente, é ilógico.

Nos interessa sobremaneira des-cobrir (tirar o limo, a sujeira, as cracas, tudo que re-cobriu os objetos) as construções submarinas, porque isso nos contará a maior parte da pré-história humana, principalmente neandertal e cro-magnon, do período que vai de 200 a 80/70 e a 10 mil anos atrás, tudo isso que ficou apagado de nossa memória, pois se trata da infância da espécie – nossos medos e esperanças estão desenhados nessas bordas desaparecidas.

Vitória, terça-feira, 15 de fevereiro de 2005.

 

UMA LISTA (PEQUENA) DE DESCOBERTAS

Arqueologia
Ciência social que procura compreender a estrutura, o funcionamento e as mudanças das sociedades humanas do passado, com base em estudo de sinais materiais encontrados no presente.
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HERACLEON (que durante muito tempo só existiu nas lendas)

Cidades lendárias achadas no fundo do mar

Pesquisadores encontram na costa do Egito ruínas de metrópoles que só eram conhecidas por antigas narrações
Arqueólogos anunciaram a descoberta de cidades faraônicas submergidas há 2,5 mil anos no litoral egípcio e cuja existência até agora só era conhecida por lendas e narrações antigas.

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