domingo, 27 de agosto de 2017


O Modelo da Caverna e os Times Perdedores

 

                            A chamada “fase” do Flamengo vai de mau (irregular) a pior (inferior). Usando o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens podemos analisar a psicologia do time (na Rede Cognata = VAGINA; o “time” do outro é “comido”) perdedor como a do grupo de caça que consegue o mamute, mas o perde para o time adversário, que acaba levando-o para dar futuro ÀS SUAS TRIBOS, aos seus torcedores (= TRIBOS). O vencedor ganha futuro à custa do perdedor. É tudo simbólico, no fundo. O grupo (= CAÇA = GUERRAS) de caça (= GRUPO = GUERRAS) é o grupo de GUERRAS.

                            As pessoas não estão ali de brincadeira, é para morder (= MATAR) mesmo. Já que não podemos mais caçar animais nem outros humanos, vamos aos estádios estraçalhar o inimigo e o adversário alegórico. Essa é a colocação correta. As leis não permitem mais (nem seria digno ou civilizado) matar animais nem humanos, como fomos treinados a fazer nos 100 milhões de anos primatas, nos 10 milhões de anos hominídeos e nos 100, 50 ou 35 mil anos sapiens; então, vamos aos estádios despedaçar simbolicamente. Claro, a velha catarse, o velho descarrego barato dos pobres, que é tão saudável – matamos símbolos para não matarmos gente (em jogos, nos filmes, no teatro, em toda parte – tudo está a serviço da adrenalina que não tem mais uso). Se não há tratamento psicológico nobre e caro, como o que é dado aos ricos, pelo menos os pobres podem “botar para fora”, xingar, violentar simbolicamente, destruir metaforicamente, figurativamente, representativamente. Não sai sangue, saem palavrões. Os pobres destratam e insultam os juizes. Esculacha as mães dos juizes para não espancar os governos.

                            É aquilo que todos sabemos.

                            Então, quando o time perde há a impressão de que tudo vai mal, de que não há futuro, de que não há amanhã, de que não haverá filhos-gol para fazer prosperar a tribo; de que não se penetrou na vagina das mulheres – há a forte sensação de frouxidão, de debilidade. O grupo de caça voltou de mãos vazias e o chefe-de-caça, o técnico, foi incompetente ao preparar as armadilhas e ao orientar os caçadores, e a tribo vai minguar e desaparecer. É a derrota do guerreiro, que volta de cabeça baixa, sem proteínas e sem o que oferecer aos filhos famintos e às mulheres esperançosas. É a pior notícia que pode haver. Sempre vai haver derrota de um, se não acontecer empate, mas isso DEVE SER PARA OS OUTROS.

                            Vitória, domingo, 30 de janeiro de 2005.

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