A Decisão de Sair da
Forquilha
A FORQUILA COMO PARAÍSO ANCESTRAL
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Nesse Y invertido, no centro do V invertido
fica o lago Vitória; no ramo esquerdo visto de baixo para cima ficam o
Tanganica e o Niassa/Malawi, justamente no meio da fissura que corre de sul a
norte e onde os primatas, saindo das florestas à esquerda, foram dar, como já
mostrei, e criaram os hominídeos no Vale da Grande Greta (oba!), Great Rift
Valley. Ora, os hominídeos viveram ali vários milhões de anos em área conhecida
que era, por assim dizer, o “caminho da roça”, a linha supertrilhada e
superconhecida. Por quê alguém sairia do Paraíso? Só se fosse expulso. O motivo
tradicional para a expulsão é a superpopulação e os conflitos de superocupação
durante as crises de superincompetência (como vimos, estas se dão porque a
frente tecnocientífica de conhecimento está atrasada em relação aos
quantitativos de gentes-desejo, também conhecidos como “demanda”). Então
(graças aos céus) alguns dos nossos ancestrais (hominídeos desde metade do
caminho e com certeza os neanderthais de EMAY – Eva Mitocondrial + Adão Y –
desde quando surgiram) tomaram a decisão de partir, porque estavam se sentindo
incomodados e pleiteavam outro futuro, diferente daquele dos antepassados (que,
lembre-se, era muito bom, tinha servido por milhões de anos).
Cada passo adiante nos criou, mas esse
foi um dos cruciais, o de recusar o passado com tudo que ele tinha de bom e
maravilhoso, pois esse passado até então apropriado e magnífico tinha se
tornado pequeno diante das intenções daquelas grandes figuras de outrora. Somos
filhos também daquela audácia inconcebível.
Vitória, sexta-feira, 25 de fevereiro
de 2005.
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