quinta-feira, 31 de agosto de 2017


A Decisão de Sair da Forquilha

 

                            A FORQUILA COMO PARAÍSO ANCESTRAL

 
 

 Nesse Y invertido, no centro do V invertido fica o lago Vitória; no ramo esquerdo visto de baixo para cima ficam o Tanganica e o Niassa/Malawi, justamente no meio da fissura que corre de sul a norte e onde os primatas, saindo das florestas à esquerda, foram dar, como já mostrei, e criaram os hominídeos no Vale da Grande Greta (oba!), Great Rift Valley. Ora, os hominídeos viveram ali vários milhões de anos em área conhecida que era, por assim dizer, o “caminho da roça”, a linha supertrilhada e superconhecida. Por quê alguém sairia do Paraíso? Só se fosse expulso. O motivo tradicional para a expulsão é a superpopulação e os conflitos de superocupação durante as crises de superincompetência (como vimos, estas se dão porque a frente tecnocientífica de conhecimento está atrasada em relação aos quantitativos de gentes-desejo, também conhecidos como “demanda”). Então (graças aos céus) alguns dos nossos ancestrais (hominídeos desde metade do caminho e com certeza os neanderthais de EMAY – Eva Mitocondrial + Adão Y – desde quando surgiram) tomaram a decisão de partir, porque estavam se sentindo incomodados e pleiteavam outro futuro, diferente daquele dos antepassados (que, lembre-se, era muito bom, tinha servido por milhões de anos).

Cada passo adiante nos criou, mas esse foi um dos cruciais, o de recusar o passado com tudo que ele tinha de bom e maravilhoso, pois esse passado até então apropriado e magnífico tinha se tornado pequeno diante das intenções daquelas grandes figuras de outrora. Somos filhos também daquela audácia inconcebível.

Vitória, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005.

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