Antípodas
Probabilísticos das Flechas
Se uma família de
flechas (cometas ou meteoritos) cai, os membros espalham-se radialmente e os
efeitos também, atingindo até grandes distâncias na Terra, porque não é como
num plano, os ângulos de incidência por si só fazendo muito por esse
espalhamento, porque é sobre uma esfera, sobre sua superfície, que tem
curvatura. Mais ainda que isso, porque os corpos celestes se movem em
translação em linha curva-reta (curva de longo comprimento: 150 milhões de km
de raio, nada menos que 940 milhões de km num ano, velocidade de 107,5 mil
km/hora) e em rotação, em linha curva-curva, circular mesmo, que é de 40 mil km
de circunferência em 24 horas, velocidade de 1,67 mil km/hora, 1/64,5 daquela).
Mesmo esta sendo menor, se uma onda provocada por flecha corre o mundo no
sentido de somar, quase 1.700 km/h são somados, e se corre no sentido de
diminuir, quase 1.700 km/h são subtraídos. Quando se trate do solo isso não
importa muito, as ondas são internas, mas se é água ou ar altera tudo.
Se uma primeira
porção cai num ponto e a segunda filha da família demora uma hora para entrar
na atmosfera, o ponto da primeira se adiantou quase 1.700 km; quase 3.400 na segunda
hora e assim por diante, de modo que os efeitos são completamente distintos. A
primeira a embater pode tocar o solo, a segunda a água, a terceira um deserto
de areia ou deserto de gelo e por aí afora. Podem chocar contra ou a favor da
rotação ou da transação, não sei; os geólogos é que vão poder afirmar ao
estudar o assunto detidamente.
Em todo caso, os
antípodas geográficos não serão os mesmos antípodas probabilísticos, porque
também há a não-homogeneidade: os efeitos dependerão de haver furos pontuais de
vulcões ou linhas de fissuras que rebentem mais facilmente que, por exemplo,
crátons, os dentões enfiados no manto; os efeitos não serão provocados segundo
circunferências concêntricas com as quedas. Além do quê, como é família os
efeitos são variados por haver maior ou menor número (os pedaços contados do
cometa SL em Júpiter foram 21, que é um número suspeito, por ser produto de
ímpares e, mais ainda, de primos, 3 x 7) de membros. Desta forma, os tecnocientistas
deverão determinar para toda a Terra e todo corpo celeste os pontos e linhas
onde, com maior probabilidade, racharia. Muito se aprenderá com isso.
Vitória,
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005.
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