Escola e Biblioteca
Comunitária
Sendo (junto com
meus filhos) entusiasta dos livros, enquanto atual suporte por excelência do
conhecimento, fiquei pensando por quê as pessoas em geral não se ligam mais a
eles.
Um motivo é a falta
de tempo, outro a ausência de habilidade adquirida de ler ou a falta de
competência de transmitir – existem muitos motivos. Mas o principal motivo é a
falta de motivo. Não é tautologia. É preciso ter motiv/ação, ato permanente de
motivar, o que se associaria a todo um replanejamento do Livro geral,
justamente quando ele parecia condenado frente à enxurrada da eletrônica e dos
“livros eletrônicos”.
Assim como são
feitas medições estatísticas por encomenda dos políticos, seria preciso
construir bibliotecas DESTINADAS ao povo, que tenham como destino as 6,5 mil
profissões e a gente dos chamados “bairros populares”, os bairros de periferia
ou subúrbios, bem como os distritos das bordas municipais. Sondados os motivos,
seriam colocados ali os livros que dizem respeito ao povo DE PERTINHO, isto é,
os intimamente associados a ele.
E talvez fosse
proveitoso criar a profissão de CO-LEITOR, com pessoas contratadas para ler
junto com as pessoas, para falar das palavras que elas desconhecem, para tornar
as histórias e as estórias interessantes, para fazer vibrar todos e cada um,
até para teatralizar, principalmente para as crianças, mas não só. Treinar
esses PROFESSORES DE LEITURA. É como colocar fogo em madeira e carvão: até que
“pegue” demora um tanto. É preciso um empurrão para fazer pegar o carro.
Pois o povo
meramente não pôde desenvolver a habilidade.
Quando ela estivesse
estabelecida seria fácil prosseguir, até usando de início revistas em
quadrinhos. Daí, partir para a criação de ESCOLAS COMUNITÁRIAS interessadas na
comunidade, no modo como ela vê o mundo e é vista por ele.
Vitória,
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005.
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