terça-feira, 29 de agosto de 2017


Escola e Biblioteca Comunitária

 

                            Sendo (junto com meus filhos) entusiasta dos livros, enquanto atual suporte por excelência do conhecimento, fiquei pensando por quê as pessoas em geral não se ligam mais a eles.

                            Um motivo é a falta de tempo, outro a ausência de habilidade adquirida de ler ou a falta de competência de transmitir – existem muitos motivos. Mas o principal motivo é a falta de motivo. Não é tautologia. É preciso ter motiv/ação, ato permanente de motivar, o que se associaria a todo um replanejamento do Livro geral, justamente quando ele parecia condenado frente à enxurrada da eletrônica e dos “livros eletrônicos”.

                            Assim como são feitas medições estatísticas por encomenda dos políticos, seria preciso construir bibliotecas DESTINADAS ao povo, que tenham como destino as 6,5 mil profissões e a gente dos chamados “bairros populares”, os bairros de periferia ou subúrbios, bem como os distritos das bordas municipais. Sondados os motivos, seriam colocados ali os livros que dizem respeito ao povo DE PERTINHO, isto é, os intimamente associados a ele.

                            E talvez fosse proveitoso criar a profissão de CO-LEITOR, com pessoas contratadas para ler junto com as pessoas, para falar das palavras que elas desconhecem, para tornar as histórias e as estórias interessantes, para fazer vibrar todos e cada um, até para teatralizar, principalmente para as crianças, mas não só. Treinar esses PROFESSORES DE LEITURA. É como colocar fogo em madeira e carvão: até que “pegue” demora um tanto. É preciso um empurrão para fazer pegar o carro.

                            Pois o povo meramente não pôde desenvolver a habilidade.

                            Quando ela estivesse estabelecida seria fácil prosseguir, até usando de início revistas em quadrinhos. Daí, partir para a criação de ESCOLAS COMUNITÁRIAS interessadas na comunidade, no modo como ela vê o mundo e é vista por ele.

                            Vitória, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005.

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