quinta-feira, 31 de agosto de 2017


Usando Negrito e Sinais Distintivos

 

                            A Língua geral e a Matemática vêm da mesma fonte, a lógica.

                            Como a Clarice Lispector dizia, pontuação é como o autor quer que as pessoas respirem, usando os recursos para tal condicionamento e para planejar as almas, dando-lhes ritmo ou função de avanço-recuo e com isso preparando-as para a absorção de certas psicologias (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) virtuais que o texto quer transferir. Seria preciso estudar tanto a forma parcial e final de apresentação, quer dizer, a superfície do texto, quanto seu conteúdo. E tanto as partículas-palavra ou gramática, quanto o campo-sintaxe, o arranjo delas numa construção.

                            Negrito, itálico, maiúsculas e sublinhados são formas de chamar a atenção numa passagem particularmente difícil, que não tenha ou raramente tenha aparecido e que o autor acredita ser chave de de-cifração, quer dizer, chave que abre o texto - que comporta níveis ocultos ou esotéricos - ao exterior, permitindo acesso aos níveis interiores de visão. NÃO VALE A PENA USAR DEMAIS as maiúsculas, nem frisar excessivamente em sublinhado, nem destacar em demasia em itálico, nem em excesso em negrito, (nem, colocar, vírgulas, além, da, medida) porque o cérebro se cansa facilmente. E não é educado, também, pois o excesso indica que o autor não julga o leitor capaz de entender as entrelinhas. Assim, a menos que seja realmente muito necessário, não se deve usar. Existe um livro, de resto muito legal, Cálculo 1, Rio de Janeiro, Guanabara, 1982, Mustafá A. Munem e David J. Foulis (Munem e Foulis), em que os autores decidiram usar o recurso da tinta diferente, grafando muitas passagens em abóbora, com isso provocando um efeito desagradável, pois como já disse noutro artigo tudo que é demais é pouco.

                            Em resumo, tal lógica deveria estar sendo ensinada nas escolas, e não apenas a língua vernácula; sempre a lógica de uso da LV. Tornaria tudo muito mais interessante.

                            Vitória, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005.

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