terça-feira, 29 de agosto de 2017


As Construções até <W

 

                            W é a Glaciação de Wisconsin, que durou de 115 a 10 mil anos atrás; <W> é a fase de descongelamento; <W é pouco antes de iniciado <W> ou [W], quando os gelos começaram a desaparecer e por fim vieram dar em condições próximas da atuais. Ora, a humanidade estava presente em W e mais ainda em <W>. De fato, os hominídeos estavam aí desde 10 milhões de anos atrás. Os sapiens neandertais já existiam desde 200 mil anos com a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y (EMAY, como chamei o par-fundamental). Os sapiens cro-magnons desde 80 ou 70 mil anos atrás.

Os sapiens são construtores por natureza, por forçamento da organização pela Natureza; se interessam por tudo, pensam, improvisam o tempo todo, constroem. Assim, os neandertais devem ter construído de 200 a 10, ou enquanto duraram, e os cro-magnons de 80 ou 70 a 10 mil anos atrás, de modo que as construções deles devem estar por aí, basta rastrear. De fato, o enorme volume de água que caiu do céu deve ter literalmente derretido o planeta, mas alguma coisa sempre sobra, exatamente porque as águas, carregando tanto solo, soterram e encobrem, ocultando da posteridade. Jericó já existia desde mil anos antes do começo do degelo e também as pós-cavernas e as pré-cidades, como já disse, de modo que deveríamos encontrar algo e, aliás, muita coisa. Demais mesmo, porque aquele era um povo industrioso e destemido – de modo algum era tolo, preguiçoso ou acovardado. Ia a toda parte, fazia de tudo, tentava em todas as oportunidades. Ora, as bordas continentais chegaram para dentro centenas de metros e até quilômetros, como raciocinamos no processo de formação das lagoonas. Dado que os seres humanos dependem de água e vivem á beira dela, onde estão as construções nas praias da humanidade antiga, pré-<W?

                            Não parece estranho que não tenhamos descoberto nada ou quase nada? Não parece ainda mais estranho QUE SEQUER TENTEMOS ACHAR? As margens oceânicas do Brasil tem 8,5 mil quilômetros para 8,5 milhões de km2; não há razão para acreditar firmemente que haja proporcionalidade, mas na falta de elementos tomaremos que há razão de 1/1.000 entre 170 milhões de km2 emersos e 170 mil km de bordas. Tomando apenas 0,5 km de média de praias desaparecidas, serão 85 mil km2 de área desaparecida, duas vezes quase os 45,6 mil km2 do Espírito Santo. Quase dois estados sumidos e não damos a mínima bola! Não é por demais extraordinária essa ausência?

                            Não se trata dessa bobeira de civilizações desaparecidas, pois a questão posta para elas é outra.

                            Aqui estamos meramente perguntando o quê ocorreu quando na mais recente glaciação - em W - desapareceram quase 100 mil km2, na subida das águas 160 m. Uma coluna equivalente a prédio de (160/2,7 =) 60 apartamentos de altura ou (pelo número mínimo, embora necessariamente errado) o equivalente a (30 x 15 = 450 ms, o lote onde ficou assentada a casa de meu pai e minha mãe em Linhares) a 190 milhões de lotes. Não se pronuncia nem uma palavra sobre tal borda.

                            Aparentemente, em apenas mil anos as águas subiram 160 m, como já coloquei derramando-se como uma enchente contínua sobre a Terra toda. Isso não foi perguntado e obviamente não foi respondido. Veja abaixo notícia sobre o derretimento atual. Só que o volume antigo era muito maior. Onde estão as construções das bordas?

                            Estão fora das vistas humanas e da nossa curiosidade (debaixo de uma coluna de 160 m de água, o que torna muito difícil pesquisar).

                            Vitória, sábado, 12 de fevereiro de 2005.

             

                            ALGO DE SÚBITO      

Texto de Daniel Glick
Fotografias de Peter Essick
Alterações a um ritmo alarmante. Os glaciares regridem, as plataformas glaciárias fragmentam-se, o nível do mar sobe. Que papel têm os seres humanos?
Este é um excerto da reportagem que pode encontrar na edição impressa da NGM – Portugal.

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