As Construções até
<W
W é a Glaciação de
Wisconsin, que durou de 115 a 10 mil anos atrás; <W> é a fase de
descongelamento; <W é pouco antes de iniciado <W> ou [W], quando os
gelos começaram a desaparecer e por fim vieram dar em condições próximas da atuais.
Ora, a humanidade estava presente em W e mais ainda em <W>. De fato, os
hominídeos estavam aí desde 10 milhões de anos atrás. Os sapiens neandertais já
existiam desde 200 mil anos com a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y (EMAY, como
chamei o par-fundamental). Os sapiens cro-magnons desde 80 ou 70 mil anos
atrás.
Os sapiens são construtores por
natureza, por forçamento da organização pela Natureza; se interessam por tudo,
pensam, improvisam o tempo todo, constroem. Assim, os neandertais devem ter
construído de 200 a 10, ou enquanto duraram, e os cro-magnons de 80 ou 70 a 10
mil anos atrás, de modo que as construções deles devem estar por aí, basta
rastrear. De fato, o enorme volume de água que caiu do céu deve ter
literalmente derretido o planeta, mas alguma coisa sempre sobra, exatamente
porque as águas, carregando tanto solo, soterram e encobrem, ocultando da
posteridade. Jericó já existia desde mil anos antes do começo do degelo e
também as pós-cavernas e as pré-cidades, como já disse, de modo que deveríamos
encontrar algo e, aliás, muita coisa. Demais mesmo, porque aquele era um povo
industrioso e destemido – de modo algum era tolo, preguiçoso ou acovardado. Ia
a toda parte, fazia de tudo, tentava em todas as oportunidades. Ora, as bordas
continentais chegaram para dentro centenas de metros e até quilômetros, como
raciocinamos no processo de formação das lagoonas. Dado que os seres humanos
dependem de água e vivem á beira dela, onde estão as construções nas praias da
humanidade antiga, pré-<W?
Não parece estranho
que não tenhamos descoberto nada ou quase nada? Não parece ainda mais estranho
QUE SEQUER TENTEMOS ACHAR? As margens oceânicas do Brasil tem 8,5 mil
quilômetros para 8,5 milhões de km2; não há razão para acreditar
firmemente que haja proporcionalidade, mas na falta de elementos tomaremos que
há razão de 1/1.000 entre 170 milhões de km2 emersos e 170 mil km de
bordas. Tomando apenas 0,5 km de média de praias desaparecidas, serão 85 mil km2
de área desaparecida, duas vezes quase os 45,6 mil km2 do Espírito
Santo. Quase dois estados sumidos e não damos a mínima bola! Não é por demais
extraordinária essa ausência?
Não se trata dessa
bobeira de civilizações desaparecidas, pois a questão posta para elas é outra.
Aqui estamos
meramente perguntando o quê ocorreu quando na mais recente glaciação - em W - desapareceram
quase 100 mil km2, na subida das águas 160 m. Uma coluna equivalente
a prédio de (160/2,7 =) 60 apartamentos de altura ou (pelo número mínimo,
embora necessariamente errado) o equivalente a (30 x 15 = 450 ms, o
lote onde ficou assentada a casa de meu pai e minha mãe em Linhares) a 190
milhões de lotes. Não se pronuncia nem uma palavra sobre tal borda.
Aparentemente, em
apenas mil anos as águas subiram 160 m, como já coloquei derramando-se como uma
enchente contínua sobre a Terra toda. Isso não foi perguntado e obviamente não
foi respondido. Veja abaixo notícia sobre o derretimento atual. Só que o volume
antigo era muito maior. Onde estão as construções das bordas?
Estão fora das
vistas humanas e da nossa curiosidade (debaixo de uma coluna de 160 m de água,
o que torna muito difícil pesquisar).
Vitória, sábado, 12
de fevereiro de 2005.
ALGO DE SÚBITO
Texto de Daniel Glick
Fotografias de Peter Essick
Alterações a um ritmo
alarmante. Os glaciares regridem, as plataformas glaciárias fragmentam-se, o
nível do mar sobe. Que papel têm os seres humanos?
Este é um excerto da reportagem que pode encontrar
na edição impressa da NGM – Portugal.
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