O Solo Jovem do
Panelão
UMA CRATERA DE MARTE (na Internet)
SE PUDÉSSEMOS VER NA TERRA SERIA ASSIM
(duas delas; parecido)
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MAS
OS RIOS E OS VENTOS MUDAM TUDO
(até mesmo lá existem rios e ventanias)
No que isso nos toca já começamos a
raciocinar em vários textos deste e dos livros anteriores.
Acontece que o “ladrão mais baixo” -
do serrilhado de montanhas em volta a seção mais baixa - promete deixar vazar,
primeiro água que esteja dentro se acumulando com as chuvas, e depois a terra,
quando a lagoona tenha se transformado em planície de certa altura suficiente,
aquela mesma da passagem mais baixa.
A seqüência que, como vimos, é bem
determinada leva da lagoona à floreta luxuriante e ao deserto (não em Marte,
claro; na Terra), faz com que a terra seja progressivamente depositada dentro,
subindo sempre até quase esburrar; quando acontece de o platô ter sido formado
dentro, de tal modo que mal se consiga distinguir das redondezas, começa a sair
terra com a água das enchentes, que escapole sempre do mesmo lugar, porque é o
mais baixo. Ou seja, vai enchendo e quando chega à altura do “ladrão mais
baixo” este impede que saia por outros presumidos ladrões (como nas caixas
d’água) mais altos; o que oferece “preço” gravitacional mais baixo leva, em
relação às ofertas da concorrência. É preciso modelar para ter certeza.
OS
RIOS EMERGEM DO PANELÃO
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PASSAGEM (veja o “ladrão mais baixo” cortado;
é o ponto mais inferior pelo qual pode vazar água acumulada – linha serrilhada
de montanhas em corte vertical)
É claro que dentro do panelão é solo
jovem, porque começou a formar-se quando a flecha caiu. E esse solo é profundo,
tão profundo quanto o ponto mais baixo a que chegou a flecha. De fato, devem
ser os solos mais profundos dos planetas, salvo aqueles do fundo do mar, onde
existem fossas. Evidentemente, em Marte choveu dentro das crateras e a água
escorreu a partir de certo momento. Na Terra acontece com muito maior
freqüência, disparadamente mais do que qualquer corpo celeste do sistema solar,
fora os satélites dos jupterianos.
São lugares extremamente férteis. A
Natureza passou muito tempo fabricando aquele solo. Em particular, se existe
mesmo aquela supercratera no Brasil, deve ser solo assim.
Vitória, quinta-feira, 10 de fevereiro
de 2005.
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