quarta-feira, 30 de agosto de 2017


O Solo Jovem do Panelão

 

                            UMA CRATERA DE MARTE (na Internet)


SE PUDÉSSEMOS VER NA TERRA SERIA ASSIM (duas delas; parecido)


MAS OS RIOS E OS VENTOS MUDAM TUDO (até mesmo lá existem rios e ventanias)

(1) Acheron Fossae horsts and grabens in colour

No que isso nos toca já começamos a raciocinar em vários textos deste e dos livros anteriores.

Acontece que o “ladrão mais baixo” - do serrilhado de montanhas em volta a seção mais baixa - promete deixar vazar, primeiro água que esteja dentro se acumulando com as chuvas, e depois a terra, quando a lagoona tenha se transformado em planície de certa altura suficiente, aquela mesma da passagem mais baixa.

A seqüência que, como vimos, é bem determinada leva da lagoona à floreta luxuriante e ao deserto (não em Marte, claro; na Terra), faz com que a terra seja progressivamente depositada dentro, subindo sempre até quase esburrar; quando acontece de o platô ter sido formado dentro, de tal modo que mal se consiga distinguir das redondezas, começa a sair terra com a água das enchentes, que escapole sempre do mesmo lugar, porque é o mais baixo. Ou seja, vai enchendo e quando chega à altura do “ladrão mais baixo” este impede que saia por outros presumidos ladrões (como nas caixas d’água) mais altos; o que oferece “preço” gravitacional mais baixo leva, em relação às ofertas da concorrência. É preciso modelar para ter certeza.

OS RIOS EMERGEM DO PANELÃO

Seta: para a Direita: Olhe a cratera, com os fios saindo dela

PASSAGEM (veja o “ladrão mais baixo” cortado; é o ponto mais inferior pelo qual pode vazar água acumulada – linha serrilhada de montanhas em corte vertical)                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

É claro que dentro do panelão é solo jovem, porque começou a formar-se quando a flecha caiu. E esse solo é profundo, tão profundo quanto o ponto mais baixo a que chegou a flecha. De fato, devem ser os solos mais profundos dos planetas, salvo aqueles do fundo do mar, onde existem fossas. Evidentemente, em Marte choveu dentro das crateras e a água escorreu a partir de certo momento. Na Terra acontece com muito maior freqüência, disparadamente mais do que qualquer corpo celeste do sistema solar, fora os satélites dos jupterianos.

São lugares extremamente férteis. A Natureza passou muito tempo fabricando aquele solo. Em particular, se existe mesmo aquela supercratera no Brasil, deve ser solo assim.

Vitória, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005.

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