segunda-feira, 14 de agosto de 2017


O Sentido da Democracia

 

                            Cristo com sua prática de vida e seus ensinamentos colocou nitidamente a aproximação das elites até o povo (e vive-versa) e assim a vitória, pelo menos até o momento, do Ocidente sobre o Oriente.

                            Na matemática se “e” representa o espaço (nos livros em inglês, s, de space), então e (x) = an. xn + an-1.xn-1 + ... + ao, e a primeira derivada e’ = v é a velocidade, a segunda derivada e” = v’ = a é a aceleração, a terceira derivada e”’ = v” = a’ = A é o arranco.

                            A primeira derivada do espaçotempo E é a velocidade de E, a redução de uma dimensão entre o povo e as elites, entre os dois pólos do par oposto/complementar povo-elites, povelite ou nação ou cultura. Foi isso que Jesus conseguiu: diminuir a distância entre ambos, aumentar a comunicação. A primeira derivada é a democracia. Não que demo-cracia, poder-do-povo signifique totalidade, que não haja falsidade, pois os racionais não podem ter toda a verdade, nem totalidade em nada, que só cabe ao UM; é que há um avanço, por vezes avanço significativo como nos países nórdicos e na Suíça.

                            Agora, o que seria a derivada segunda, a aceleração do espaço, a velocidade da democracia? Penso que é a confiança, a consolidação da proximidade, quando não se precisa estar “de aviso”, de sobreaviso quanto a ninguém, podendo-se liberar os sentidos para as internidades, a interiorização do eu, o prazer da coletividade ampla no indivíduo. Aquela confiança a que Clarice Lispector atribuía tanta significação.

                            O que constituiria a derivada terceira, a aceleração da democracia, a velocidade da confiança? Seria o jogar-se dos amantes. Pois por natureza o povo e as elites des-confiam um do outro e a supressão de uma dimensão autoriza a confiança que já reinou nos EUA.

Mas, em vez de falar de supressão de dimensões, falemos de acréscimo, de potencialização (que é o que há na direção-sentido contrária/complementar). Entre as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e entre os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundos) pode-se subir muito nessa escada, mas não sei até em que nível se pode atingir a confiança total.

                            EM TODO CASO

                            Espaço

                            democracia

                            confiança

                            entrega

                            fusão

                            Democracia é um espaço mais elevado (menor no sentido de mais próximo, mais denso, mais inviolável). Confiança é uma democracia mais alta. Entrega é uma confiança mais apurada, um espaço estreitinho, de abraço. Fusão é quando dois são um e nem abraço é mais necessário.

                            POTENCIALIZAÇÃO DA NAÇÃO OU CULTURA OU POVELITE

POTÊNCIALI-ZAÇÃO
O QUE SE OBTÉM
SIGNIFICADO
Do espaço de circulação
Democracia
Velocidade de aproximação do povo e das elites (trocas que consolidam a união)
Da velocidade da comunicação
Confiança
Aceleração da democracia (sinceridade afetiva entre os pares)
Superdilatação da confiança
Entrega
Arranco da confiança (confiança total na retaguarda)
Entrelaçamento absoluto das almas
Fusão
Identidade total (não sei se alguma vez houve isso)

Podemos, portanto, dizer que a democracia compacta o povelite, torna-o mais sólido, mais íntimo, exponencializando as oportunidades de crescimento e expansão (tanto interna quanto externa). Grande parte disso já existiu nos EUA, muito menos no Brasil, mas esteve presente no mundo num período notável, de 1945 a 1968.

Vitória, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004.

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