O Sentido da
Democracia
Cristo com sua
prática de vida e seus ensinamentos colocou nitidamente a aproximação das
elites até o povo (e vive-versa) e assim a vitória, pelo menos até o momento,
do Ocidente sobre o Oriente.
Na matemática se “e”
representa o espaço (nos livros em inglês, s, de space), então e (x) = an.
xn + an-1.xn-1 + ... + ao, e a
primeira derivada e’ = v é a velocidade, a segunda derivada e” = v’ = a é a
aceleração, a terceira derivada e”’ = v” = a’ = A é o arranco.
A primeira derivada
do espaçotempo E é a velocidade de E, a redução de uma dimensão entre o povo e
as elites, entre os dois pólos do par oposto/complementar povo-elites, povelite
ou nação ou cultura. Foi isso que Jesus conseguiu: diminuir a distância entre
ambos, aumentar a comunicação. A primeira derivada é a democracia. Não que
demo-cracia, poder-do-povo signifique totalidade, que não haja falsidade, pois
os racionais não podem ter toda a verdade, nem totalidade em nada, que só cabe
ao UM; é que há um avanço, por vezes avanço significativo como nos países
nórdicos e na Suíça.
Agora, o que seria a
derivada segunda, a aceleração do espaço, a velocidade da democracia? Penso que
é a confiança, a consolidação da proximidade, quando não se precisa estar “de
aviso”, de sobreaviso quanto a ninguém, podendo-se liberar os sentidos para as
internidades, a interiorização do eu, o prazer da coletividade ampla no
indivíduo. Aquela confiança a que Clarice Lispector atribuía tanta
significação.
O que constituiria a
derivada terceira, a aceleração da democracia, a velocidade da confiança? Seria
o jogar-se dos amantes. Pois por natureza o povo e as elites des-confiam um do
outro e a supressão de uma dimensão autoriza a confiança que já reinou nos EUA.
Mas, em vez de falar de supressão de dimensões,
falemos de acréscimo, de potencialização (que é o que há na direção-sentido
contrária/complementar). Entre as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e
empresas) e entre os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundos)
pode-se subir muito nessa escada, mas não sei até em que nível se pode atingir
a confiança total.
EM TODO CASO
Espaço
→ democracia
→ confiança
→ entrega
→ fusão
Democracia é um
espaço mais elevado (menor no sentido de mais próximo, mais denso, mais
inviolável). Confiança é uma democracia mais alta. Entrega é uma confiança mais
apurada, um espaço estreitinho, de abraço. Fusão é quando dois são um e nem
abraço é mais necessário.
POTENCIALIZAÇÃO DA NAÇÃO OU CULTURA OU POVELITE
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POTÊNCIALI-ZAÇÃO
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O
QUE SE OBTÉM
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SIGNIFICADO
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Do espaço de circulação
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Democracia
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Velocidade de aproximação do povo e
das elites (trocas que consolidam a união)
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Da velocidade da comunicação
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Confiança
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Aceleração da democracia
(sinceridade afetiva entre os pares)
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Superdilatação da confiança
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Entrega
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Arranco da confiança (confiança
total na retaguarda)
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Entrelaçamento absoluto das almas
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Fusão
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Identidade total (não sei se alguma
vez houve isso)
|
Podemos, portanto, dizer que a
democracia compacta o povelite, torna-o mais sólido, mais íntimo, exponencializando
as oportunidades de crescimento e expansão (tanto interna quanto externa).
Grande parte disso já existiu nos EUA, muito menos no Brasil, mas esteve
presente no mundo num período notável, de 1945 a 1968.
Vitória, segunda-feira, 20 de dezembro
de 2004.
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