quarta-feira, 9 de agosto de 2017


Fusão Dialógica de Bordas

 

                            Uma aplicação imediata é de margens de estradas, mas esta é uma de inumáveis, inclusive administração de conflitos em regiões de guerra, de embates entre empresas e de quase tudo mesmo. Pois a pergunta mais vasta é: como os conjuntos trocam elementos?

                            Como se saberia da soma zero, há um lado positivo que paga o negativo ou e vice-versa, de modo que tanto está sendo administrado alimento quanto veneno. Por exemplo, na medida em que se constrói uma estrada esta se torna alimento da região e veneno para ela também. Ela não traz só coisas boas. Em lugares em que passa uma estrada de terra, sem asfaltamento, a colocação deste tornará o tráfego mais rápido, levará mais gente (para o bem e para o mal), aumentará as chances de ataques à economia da Natureza e assim por diante. A região perderá seus ares primitivos, roceiros, rurais, sendo urbanizada; se é a isso que se aspira tomar-se-á o asfaltamento como um bem, e se não é, como um mal.

                            Pense agora em duas linhas, linha-da-estrada (borda esquerda ou direita, conforme se olhe de um ou outro lado), LE, e linha-do-campo (ou da cidade), LC: o conflito ou choque potencial e depois real LE x LC. Estão envolvidas as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) em trânsito em relação aos AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundos), comportando inúmeras definições (posse, saber, sexo, dimensões, produçãorganização – que não se confunde com posse, esta é a fotografia num dado instante, estática, P/E é possibilidade de trânsito, dinâmica; quem só tem, sem produzirorganizar, tenderá a esvaziar seu baú -, tipo de ocupação na Bandeira do Labor e assim por diante). Que DIÁLOGO DE MUNDO as pessoambientes travarão com o mundo? Como verão o contado entre a estrada e o campo?

                            DOIS OLHARES

1.       Da estrada para o campo (acredita-se ela civilizadora nos tempos atuais e mais ainda no passado; mas menos e menos será vista assim no futuro);

2.       Do campo para a cidade (aquele pode considerar a estrada como invasora).

Deve-se cortar os taludes (como já analisei) nas montanhas? Deve-se gramá-lo (como estão fazendo atualmente)? Deve-se plantar árvores? Teve-se o cuidado de analisar as demandas locais para ver se há compatibilidades entre o ecossistema local e as árvores que estão sendo trazidas? As margens devem adotar linhas retas ou a fusão deve ser anárquica, sem predominância nem da estrada nem do campo?

Evidentemente no terceiro, no quarto e no quinto mundo, onde as exigências são menores, não se põe perguntas assim tão rigorosas, mas no segundo ou no primeiro mundo, onde as competições são muito mais agudas, sim. Os pesquisadores tendem a fazer perguntas muito mais insistentes e profundas quanto o atendimento precisa ser de alto nível. O mundo não está ficando mais simples e fatalmente surgiria (embora de forma incipiente e não organizada, nem intensa) esse gênero de pergunta, ainda que o modelo vá mais longe e mais fundo. Como se pode preparar as margens no sentido de embelezamento, de modo que por si só elas sejam agradáveis de ver? Quando as pessoas depararem com o problema, procurarão resolvê-lo e logo as margens de estradas darão saltos sucessivos.

Observe que a questão não é só sobre a relação estradas ou linhas com os espaços onde passam, de modo algum. Pode envolver, digamos, a linha metodológica entre um banco central e seus administrados, e todo assunto mesmo. Pode dizer respeito a coobrigação das leis e a uma quantidade imensa de assuntos.

Vitória, domingo, 21 de novembro de 2004.

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