Fusão Dialógica de
Bordas
Uma aplicação
imediata é de margens de estradas, mas esta é uma de inumáveis, inclusive
administração de conflitos em regiões de guerra, de embates entre empresas e de
quase tudo mesmo. Pois a pergunta mais vasta é: como os conjuntos trocam
elementos?
Como se saberia da
soma zero, há um lado positivo que paga o negativo ou e vice-versa, de modo que
tanto está sendo administrado alimento quanto veneno. Por exemplo, na medida em
que se constrói uma estrada esta se torna alimento da região e veneno para ela
também. Ela não traz só coisas boas. Em lugares em que passa uma estrada de
terra, sem asfaltamento, a colocação deste tornará o tráfego mais rápido,
levará mais gente (para o bem e para o mal), aumentará as chances de ataques à
economia da Natureza e assim por diante. A região perderá seus ares primitivos,
roceiros, rurais, sendo urbanizada; se é a isso que se aspira tomar-se-á o
asfaltamento como um bem, e se não é, como um mal.
Pense agora em duas
linhas, linha-da-estrada (borda esquerda ou direita, conforme se olhe de um ou
outro lado), LE, e linha-do-campo (ou da cidade), LC: o conflito ou choque
potencial e depois real LE x LC. Estão envolvidas as PESSOAS (indivíduos,
famílias, grupos e empresas) em trânsito em relação aos AMBIENTES
(cidades/municípios, estados, nações e mundos), comportando inúmeras definições
(posse, saber, sexo, dimensões, produçãorganização – que não se confunde com
posse, esta é a fotografia num dado instante, estática, P/E é possibilidade de
trânsito, dinâmica; quem só tem, sem produzirorganizar, tenderá a esvaziar seu
baú -, tipo de ocupação na Bandeira do Labor e assim por diante). Que DIÁLOGO
DE MUNDO as pessoambientes travarão com o mundo? Como verão o contado entre a
estrada e o campo?
DOIS OLHARES
1. Da estrada para o campo (acredita-se
ela civilizadora nos tempos atuais e mais ainda no passado; mas menos e menos
será vista assim no futuro);
2. Do campo para a cidade (aquele pode
considerar a estrada como invasora).
Deve-se cortar os taludes (como já
analisei) nas montanhas? Deve-se gramá-lo (como estão fazendo atualmente)?
Deve-se plantar árvores? Teve-se o cuidado de analisar as demandas locais para
ver se há compatibilidades entre o ecossistema local e as árvores que estão
sendo trazidas? As margens devem adotar linhas retas ou a fusão deve ser
anárquica, sem predominância nem da estrada nem do campo?
Evidentemente no terceiro, no quarto e
no quinto mundo, onde as exigências são menores, não se põe perguntas assim tão
rigorosas, mas no segundo ou no primeiro mundo, onde as competições são muito
mais agudas, sim. Os pesquisadores tendem a fazer perguntas muito mais
insistentes e profundas quanto o atendimento precisa ser de alto nível. O mundo
não está ficando mais simples e fatalmente surgiria (embora de forma incipiente
e não organizada, nem intensa) esse gênero de pergunta, ainda que o modelo vá
mais longe e mais fundo. Como se pode preparar as margens no sentido de
embelezamento, de modo que por si só elas sejam agradáveis de ver? Quando as
pessoas depararem com o problema, procurarão resolvê-lo e logo as margens de
estradas darão saltos sucessivos.
Observe que a questão não é só sobre a
relação estradas ou linhas com os espaços onde passam, de modo algum. Pode
envolver, digamos, a linha metodológica entre um banco central e seus
administrados, e todo assunto mesmo. Pode dizer respeito a coobrigação das leis
e a uma quantidade imensa de assuntos.
Vitória, domingo, 21 de novembro de
2004.
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