Conjuntos
Superalimentados, Parasitas e Aptidão
Suponha o Rio de
Janeiro, ex-capital da república no Brasil, que durante dois séculos até 1960
(quando a capital foi transferida para Brasília) foi superalimentada às custas
da nação. Numa primeira fase, de subida, o dinheiro era curto, justificar os
gastos era difícil, a nação relutava em dar os tributos e a capital estava
segura e enxuta, ao passo que depois que a curva entrou na horizontal e começou
a declinar liberar dinheiro era fácil e os gastos suntuários começaram.
Gastava-se a torto e a direito, esbanjava-se, era festa o tempo inteiro e os
parasitas de toda a nação foram atraídos. Depois do primeiro declínio (como
aconteceu com a Grã-Bretanha e em toda parte) há uma ligeira subida e a seguir
a queda definitiva. Podemos esperar que o Rio de Janeiro se conserte
provisoriamente, antes do declínio categórico.
São Paulo estado
está vendo seu PIB percentual ou relativo (mas não seu PIB absoluto, claro) em
relação ao Brasil declinar desde 1986, o que significa que seu período de
esbanjamento já ocorreu e já foram para lá muitos parasitas. São Francisco,
sede dos homossexuais americanos, e Los Angeles dissipam atualmente com
prodigalidade, dizendo-nos que seu período de pico ainda não se deu.
Os parasitas atraem
outros parasitas. Se as elites são não-distributivas, portanto parasitas,
atraem outros que vão servi-las, o que toma a feição de servilismo (excesso de
serviço e de obsequiosidade), buscando-se remuneração sem ser em razão direta
de SERVIÇO À APTIDÃO, isto é, ao alcance de mais e melhor futuro. Porque cada
real deveria trazer uma carga MINIMAX (máximo com o mínimo) de futuro, o que só
se garante com vigilância de perto, coladinha. Se há afrouxamento aproximam-se
os obsequiosos, os que trocam adulação por dinheiro (adulação não é serviço
verdadeiro, não dá futuro, porque não é produto ou idéia). Podemos olhar para
as coletividades e todo conjunto (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e
empresas; AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos) e ver quais
estão em ascensão e quais em declínio. A Coréia do Sul, certamente, está em
ascensão, o que podemos observar pelos índices; mas, olhando mais de perto para
ver se retém ou distribui seu dinheiro com prodigalidade poderíamos saber mais
de seu futuro. A China da época dos “negócios da China” estava em plena
decadência.
Vitória, domingo, 12
de dezembro de 2004.
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