domingo, 13 de agosto de 2017


Conjuntos Superalimentados, Parasitas e Aptidão

 

                            Suponha o Rio de Janeiro, ex-capital da república no Brasil, que durante dois séculos até 1960 (quando a capital foi transferida para Brasília) foi superalimentada às custas da nação. Numa primeira fase, de subida, o dinheiro era curto, justificar os gastos era difícil, a nação relutava em dar os tributos e a capital estava segura e enxuta, ao passo que depois que a curva entrou na horizontal e começou a declinar liberar dinheiro era fácil e os gastos suntuários começaram. Gastava-se a torto e a direito, esbanjava-se, era festa o tempo inteiro e os parasitas de toda a nação foram atraídos. Depois do primeiro declínio (como aconteceu com a Grã-Bretanha e em toda parte) há uma ligeira subida e a seguir a queda definitiva. Podemos esperar que o Rio de Janeiro se conserte provisoriamente, antes do declínio categórico.

                            São Paulo estado está vendo seu PIB percentual ou relativo (mas não seu PIB absoluto, claro) em relação ao Brasil declinar desde 1986, o que significa que seu período de esbanjamento já ocorreu e já foram para lá muitos parasitas. São Francisco, sede dos homossexuais americanos, e Los Angeles dissipam atualmente com prodigalidade, dizendo-nos que seu período de pico ainda não se deu.

                            Os parasitas atraem outros parasitas. Se as elites são não-distributivas, portanto parasitas, atraem outros que vão servi-las, o que toma a feição de servilismo (excesso de serviço e de obsequiosidade), buscando-se remuneração sem ser em razão direta de SERVIÇO À APTIDÃO, isto é, ao alcance de mais e melhor futuro. Porque cada real deveria trazer uma carga MINIMAX (máximo com o mínimo) de futuro, o que só se garante com vigilância de perto, coladinha. Se há afrouxamento aproximam-se os obsequiosos, os que trocam adulação por dinheiro (adulação não é serviço verdadeiro, não dá futuro, porque não é produto ou idéia). Podemos olhar para as coletividades e todo conjunto (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos) e ver quais estão em ascensão e quais em declínio. A Coréia do Sul, certamente, está em ascensão, o que podemos observar pelos índices; mas, olhando mais de perto para ver se retém ou distribui seu dinheiro com prodigalidade poderíamos saber mais de seu futuro. A China da época dos “negócios da China” estava em plena decadência.

                            Vitória, domingo, 12 de dezembro de 2004.

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