domingo, 13 de agosto de 2017


A/E como Mistura Relevante da Cultura

 

                            A COMPOSIÇÃO DA NACIONALIDADE (da esquerda para a                                        direita por ordem de chegada)

1. índios
2. brancos
3. negros
4. amarelos
BRASIL
ESPÍRITO SANTO

Ora, se é assim, assim deve ser PARA TUDO, da arquiengenharia a todas as outras tecnartes (veja os textos deste Livro 104, Psicoplanejamento e Escritórios de Psico-A/E), ao Conhecimento (Magia/Arte mestiça, Teologia/Religião mulata, Filosofia/Ideologia miscigenada, Ciência/Técnica misturada, Matemática tupiniquim). Isso não é anúncio xenofóbico, de horror ao estrangeiro, de modo algum – para melhor apreciá-los precisamos primeiro ser nós mesmos.

Se a proposta é de conhecimento RELEVANTE, primeiro deve ser conhecimento, isto é, devemos conhecer mesmo, conhecer A FUNDO, sem deixar nada a desejar, sem estar abaixo dos outros, daqueles outros que sendo parentes humanos ainda assim estão em outros conjuntos (outras PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; outros AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos); depois vem a questão da relevância. Conhecimento já existe muito, mas não abrasileirado ou tropicalizado, reconduzido para ser DOS TRÓPICOS, aqui-estar (nova convivência nacional), aqui-ser (nova liberdade do povo), aqui-ter (nova responsabilidade das elites), devendo-se re-definir (dar novo fim ou finalidade, apontar OBJETIVOS NOSSOS) o TER-AQUI, o SER-AQUI, o ESTAR-AQUI (e não, digamos, estar na Europa estando aqui, tendo vergonha de aqui-estar).

Dessa forma os arquiengenheiros tecnartistas devem aprender psicologia (figuras ou psicanálises dos capixabas, objetivos ou psico-sínteses dos catarinenses, produções ou economias dos amazonenses, organizações ou sociologias dos acreanos, espaçotempo ou geo-história dos cearenses). Todos os das (segundo dizem) 6,5 mil profissões devem fazê-lo. Devem re-ver o passado, re-ouvir o presente, re-possibilitar o futuro. Devem re-inventar-se. Devem estudar os povos-origem e os locais de origem (as Américas antes de Colombo e Cabral; a Europa; a África; a Ásia), o que é toda uma nova emoção muito aguda e toda uma chance de nova razão.

Então vem a questão da relevância.

O que é relevante?

RE-LEVANDO (para diante, necessariamente; regredir é um atraso). No Houaiss digital: adjetivo de dois gêneros 1 que tem        relevo, que tem importância 2 que se salienta, que sobressai 3 de grande valor ou interesse substantivo masculino 4 o essencial, o indispensável.

·       O que tem relevo para os goianos (do passado, do presente, do futuro);

·       O que têm importância para os pernambucanos;

·       O que se salienta para os rio-grandenses (do sul e do norte);

·       O que sobressai para os baianos;

·       O que é de grande valor para os paraenses;

·       O que é de grande interesse para os mineiros;

·       O que é proeminente para os maranhenses;

·       O que é de grande monta para os paulistanos, os fluminenses e os outros todos.

Se a pessoa (profissional ou amadora) não conhece sua cultura ou nação ou povelite, como pode fazer a MISTURA RELEVANTE? Assim, para ser o melhor médico não basta saber medicina, é preciso conhecer seu povo e suas elites; é preciso conhecer, gostar, tornar-se ÍNTIMO-UM com o objeto de estudo. Fora disso não haverá suficiente pré-ocupação, ocupação prévia, permanente ocupação mental.

Essa mestiçagem DAS ORIGENS é fundamental para nos dar o que queremos, a nova identidade 4 x 4 (em que as quatro origens estão igualmente representadas, valendo quatro, e não dominância-de-uns, digamos os brancos). Então, a mistura relevante representa mistura ab ovo, quer dizer, desde as origens, remontando às origens.

Para des-cobrir a relevância é preciso DES-COBRIR as origens, é fundamental estudar as origens e o quê nos afunilou, isto é, o que alienou os quatro de sua potência quádrupla, quer dizer, aquilo que no presente tempo nos estreitou como num funil, aquilo que nos fez não nós mesmos, mas os outros em nós. Ou seja, como nos fizemos OS OUTROS EM NÓS? Como os outros vieram nos habitar e nos expulsaram de nós? Como é que ficamos americanos em nós, deixando de ser brasileiros, como antes éramos franceses e ingleses, e antes ainda portugueses?

Vitória, domingo, 19 de dezembro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário