domingo, 13 de agosto de 2017


A Vida Pelo Fio de Vida do Aglutinador

 

                            Chamei de “linha de vida” a vida de cada um, porque dá idéia de iminente corte, como pelas parcas, pois podemos ver que desse perigo imediato advém as avaliações da grandeza (ou pequenez) de cada um. A linha se espessa, se adelga (de adelgaçar, tornar-se delgado, estreito), estica e repuxa, ameaça partir, continua. Assim é a geo-história de cada um.

                            O aglutinador, aquele que cola as partes, opera em muitos níveis (povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos/sábios e iluminados). Todos colam, um pouco mais ou um pouco menos. É que cola tem tanto sentido positivo, de juntar, quanto de separar, des-juntar, nós é que valorizamos. O aglutinador opera. Se opera positivamente depois dele as pessoas estão mais unidas que antes.

                            O maior dos aglutinadores é o iluminado, mas há poucos exemplares destes, muito poucos, menos de uma dúzia para 100 bilhões de nascimentos estimados. Um para cada bilhão, nos tempos históricos, ou menos. De cada vez que sobrevivemos a tarefa é de todos, mas É MAIS dos iluminados. Depende de o fio de vida deles ser resistente e essa sobre-resistência vem de ter sido o iluminado enrijecido, curtido, endurecido no melhor sentido (que é aquele de Che: endurecer sem perder a ternura, o amor pelo próximo, que é o grande guia).

                            Em cada geração depende dos santos/sábios, a mais longo prazo dos iluminados. Expande-se o mundo com o favor deles. Então, como dura caracteristicamente tanto tempo (Jesus, há dois mil anos; Buda e outros há 2,6 mil), é muito interessante e deveria ser mais bem estudado COMO ÍNDICE DE CHOQUES corporais e mentais, porque tanto o corpo é supercapacitado quanto a mente. Que coisas aconteceram a ponto de tornar tal pessoa TÃO RESISTENTE? Pois, é claro, você sabe, é sobre-humano – é porisso mesmo que eles são DOADORES DE HUMANIDADE, construindo-se tudo mais sobre aquelas bases firmes e inabaláveis. Isso está tão além da experiência humana trivial que é mesmo de espantar.

                            Não é doce pensar neles assim?

                            Vitória, terça-feira, 21 de dezembro de 2004.

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