domingo, 13 de agosto de 2017


A Problematização do Brasil

 

                             Quando a gente lê os livros de física e de matemática os problemas marcam espaço como s (do inglês, space) ou agora dão os valores no sistema inglês, em vez de no SI, sistema internacional de unidades (que todos os países, menos os EUA e alguns outros, não sei, usam), sem sequer traduzir ou adaptar, numa falta de respeito danada, que era menor três décadas atrás. Na medida em que raiou 1991 e o fim da URSS os EUA se tornaram cada vez mais atrevidos e displicentes.

                            Os problemas construídos como exemplos (exercícios resolvidos) ou como exercícios (exemplos propostos) são referidos às crenças deles e ao seu espaçotempo ou geo-história, bem como à sua restante psicologia (psicanálises ou figuras dos americanos, objetivos ou psico-sínteses da América, produções ou economias de lá, sociologia ou organizações daquela nação). Até que é bom conhecer, mas existem outras PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações, mundos). O centro NÃO É os EUA.

                            Já vimos que o país com maior número de problemas RESOLVIDOS é o maior país. Para resolver problemas é preciso ter problemas ou aceitar reconhecê-los COMO SEUS, é necessário ter coragem de ter, ter coragem de aceitar re-solver SEUS problemas – saber ENFRENTAR. Só tem futuro quem resolve problemas, só tem grande futuro quem resolve grandes problemas. Os problemas dos segundos-países são segundos problemas, problemas pequenos, de segunda mão, de segunda razão, de segunda emoção. O Brasil, sem coragem de ser primeiro, resolve terceiros problemas até como repetição de soluções que já foram dadas noutros lugares, inclusive como SOLUÇÕES COPIADAS.

                            Assim, o Brasil precisa ser PROBLEMATIZADO, ofertado aos problemas, aos conflitos (o que não quer dizer, de modo algum, guerras), aos embates. Os problemas construídos nos livros didáticos aqui elaborados DEVEM GUARDAR PROPORÇÃO COM NOSSA REALIDADE de índios, de negros, de amarelos e de brancos (remetendo, talvez, às origens americanas, africanas, asiáticas européias). Devem encarnar o que somos, e não o que atualmente somos por procuração, alienados que estamos de nossa nacionalidade ou identidade nacional, perdidos ou afastados de nosso real espaçotempo geo-histórico. Enfim, os problemas devem ser moldados sobre nossa realidade, as coisas daqui.

                            Vitória, domingo, 19 de dezembro de 2004.

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