A Problematização do
Brasil
Quando a gente lê os livros de física e de
matemática os problemas marcam espaço como s (do inglês, space) ou agora dão os
valores no sistema inglês, em vez de no SI, sistema internacional de unidades
(que todos os países, menos os EUA e alguns outros, não sei, usam), sem sequer
traduzir ou adaptar, numa falta de respeito danada, que era menor três décadas
atrás. Na medida em que raiou 1991 e o fim da URSS os EUA se tornaram cada vez
mais atrevidos e displicentes.
Os problemas
construídos como exemplos (exercícios resolvidos) ou como exercícios (exemplos
propostos) são referidos às crenças deles e ao seu espaçotempo ou geo-história,
bem como à sua restante psicologia (psicanálises ou figuras dos americanos,
objetivos ou psico-sínteses da América, produções ou economias de lá,
sociologia ou organizações daquela nação). Até que é bom conhecer, mas existem
outras PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES
(cidades/municípios, estados, nações, mundos). O centro NÃO É os EUA.
Já vimos que o país
com maior número de problemas RESOLVIDOS é o maior país. Para resolver
problemas é preciso ter problemas ou aceitar reconhecê-los COMO SEUS, é
necessário ter coragem de ter, ter coragem de aceitar re-solver SEUS problemas –
saber ENFRENTAR. Só tem futuro quem resolve problemas, só tem grande futuro
quem resolve grandes problemas. Os problemas dos segundos-países são segundos
problemas, problemas pequenos, de segunda mão, de segunda razão, de segunda
emoção. O Brasil, sem coragem de ser primeiro, resolve terceiros problemas até
como repetição de soluções que já foram dadas noutros lugares, inclusive como
SOLUÇÕES COPIADAS.
Assim, o Brasil
precisa ser PROBLEMATIZADO, ofertado aos problemas, aos conflitos (o que não
quer dizer, de modo algum, guerras), aos embates. Os problemas construídos nos
livros didáticos aqui elaborados DEVEM GUARDAR PROPORÇÃO COM NOSSA REALIDADE de
índios, de negros, de amarelos e de brancos (remetendo, talvez, às origens
americanas, africanas, asiáticas européias). Devem encarnar o que somos, e não
o que atualmente somos por procuração, alienados que estamos de nossa
nacionalidade ou identidade nacional, perdidos ou afastados de nosso real espaçotempo
geo-histórico. Enfim, os problemas devem ser moldados sobre nossa realidade, as
coisas daqui.
Vitória, domingo, 19
de dezembro de 2004.
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