sexta-feira, 11 de agosto de 2017


A Fatal Perversão do Modelo

 

                            Sabendo dos ciclos o que nos motiva a fazer as coisas?

                            Pois é certo que tudo será pervertido, como foram as coisas que Cristo trouxe ao mundo, só para falar dele, que está em ponto alto; a Igreja universal durante largo tempo de trevas as perverteu e tornou o contrário do que tinham sido, o inverso daquilo para o que tinham sido criadas.

                            Adotei então a postura de pensar que os ritmos dos ciclos trazem de volta a correção com o tempo certo, no retorno do círculo, no completamento. Pois já vi várias das coisas que cedi serem imperfeitamente usadas, ou comprometidas em sua funcionalidade, desde já a saída, desde o começo, desde tão próximo de sua criação. É fatal, é inevitável, e poderia levar as pessoas que criam ao desespero. Se vão perverter as obras dos santos, de que vale a santidade? Ora, é infalível que o tecido mais branco vá escurecendo e se torne o contrário do que era antes; mas o retorno do ciclo recuperará sua brancura com o passar das eras. Seria melhor se ele não tivesse sido apresentado ao mundo e jamais soubéssemos, por puro medo de fazer, da existência da brancura? De jeito algum! Se uma pessoa tem o destino de ficar cega aos 40 anos, teria sido melhor se nunca tivesse visto a luz até então? Pois se haverá amargura nos anos restante haverá então a ajuda da massividade das notícias de antes como conforto. E se ela fosse voltar a enxergar? Teria sido melhor que tivesse nascido cega? Menos ainda!

                            Que o modelo, criado para confortar a humanidade, será pervertido e transformado em seu oposto eu o sei desde o começo, pois o mundo é estatístico: o objetivo não é tornar bons os que já o são, é passar os ruins pelo crisol do aprendizado da bondade.

                            Vitória, domingo, 05 de dezembro de 2004.

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