segunda-feira, 16 de janeiro de 2017


Universalização dos Esforços de Reconstrução

 

                            Reconstrução do quê?

                            Supostamente não existe nada para reconstruir.

                            Mas, apenas em termos do exercício contemos que (sempre em relação ao mundo) 20 % detenham 80 % da riqueza e 80 % fiquem com 20 %. Se tivéssemos 100 % (das pessoas) x 100 % (da riqueza) = 10.000 para a totalidade (embora seja impróprio calcular assim, serve como aula de propósitos mais elevados), do jeito que está temos (20 x 80) + (80 x 20) = 1.600 + 1.600 = 3.200, 32 % do que o mundo poderia ser. Para quem está naqueles 20 % que retém quase toda a riqueza nada existe a reconstruir, porém para quem está na outra porção há tudo, pois o mundo como tal como se encontra é uma grande bosta.

                            Acontece que os 80 % para os quais sobram 20 % da riqueza teriam em conjunto 1.600, podendo chegar a 80 x 100 = 8.000, somando 6.400, enquanto os que detém 20 x 80 = 1.600 poderiam atingir 20 x 80 = 2.000, subindo 400, e com isso eles não se conformariam, não só com a igualdade em si como principalmente em crescerem relativamente tão pouco. Na realidade, aqui cessa a utilidade do exercício, porque ao reconstruir a base a coisa não deixa de ser piramidal, já que está no próprio desenho do mundo. Os ricos enriqueceriam muito mais. Entrementes, os pobres iriam à primeira igualdade (atingir a riqueza dos ricos de hoje), depois à segunda, à terceira, e assim sucessivamente, de modo que a humanidade daria saltos fantásticos.

                            Neste sentido é que é preciso universalizar os esforços de reconstrução da humanidade, para que os pobres deixem a pobreza atual, migrando a outra, muito mais elevada, ao passo que os ricos deixarão de ser os tolos atuais. A globalização, mais que mero anúncio de um superpoder (constritor, por sinal, se não for temperado de bom senso) pode tornar-se a garantia implícita e explícita dessa busca universal.
                            Vitória, sábado, 14 de dezembro de 2002.

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