Universalização dos Esforços de
Reconstrução
Reconstrução
do quê?
Supostamente
não existe nada para reconstruir.
Mas,
apenas em termos do exercício contemos que (sempre em relação ao mundo) 20 %
detenham 80 % da riqueza e 80 % fiquem com 20 %. Se tivéssemos 100 % (das
pessoas) x 100 % (da riqueza) = 10.000 para a totalidade (embora seja impróprio
calcular assim, serve como aula de propósitos mais elevados), do jeito que está
temos (20 x 80) + (80 x 20) = 1.600 + 1.600 = 3.200, 32 % do que o mundo poderia
ser. Para quem está naqueles 20 % que retém quase toda a riqueza nada existe a
reconstruir, porém para quem está na outra porção há tudo, pois o mundo como tal
como se encontra é uma grande bosta.
Acontece
que os 80 % para os quais sobram 20 % da riqueza teriam em conjunto 1.600,
podendo chegar a 80 x 100 = 8.000, somando 6.400, enquanto os que detém 20 x 80
= 1.600 poderiam atingir 20 x 80 = 2.000, subindo 400, e com isso eles não se
conformariam, não só com a igualdade em si como principalmente em crescerem relativamente
tão pouco. Na realidade, aqui cessa a utilidade do exercício, porque ao
reconstruir a base a coisa não deixa de ser piramidal, já que está no próprio desenho
do mundo. Os ricos enriqueceriam muito mais. Entrementes, os pobres iriam à primeira
igualdade (atingir a riqueza dos ricos de hoje), depois à segunda, à
terceira, e assim sucessivamente, de modo que a humanidade daria saltos
fantásticos.
Neste
sentido é que é preciso universalizar os esforços de reconstrução da
humanidade, para que os pobres deixem a pobreza atual, migrando a outra, muito
mais elevada, ao passo que os ricos deixarão de ser os tolos atuais. A
globalização, mais que mero anúncio de um superpoder (constritor, por sinal, se
não for temperado de bom senso) pode tornar-se a garantia implícita e explícita
dessa busca universal.
Vitória, sábado, 14 de dezembro de 2002.
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