sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


Um Mundo Alimentarmente Doente

 

                            Depois que passei a ter excesso de glicose, de ácido úrico, de triglicérides, pressão alta e outras coisas que tais, compreendi que o nosso mundo, especialmente ocidental, vive mergulhado em oceanos de açúcar, de proteínas, de gorduras, de sal e de outras coisas que em excesso, tal como as consumimos, causam um mal terrível a todos e cada um.

                            Da dificuldade em conseguir aqueles produtos passamos à abundância, e como novos-ricos em açúcar, proteínas, gorduras e sal consumimos demais, mais que o necessário, mais que o essencial. Acho que um grande trabalho do futuro será a reeducação de toda a gente para abandonar esses vícios extraordinariamente daninhos. Tarefa muito difícil, a ser vencida ao longo de décadas e até centenas de anos, porque será preciso convencer as empresas que lucram com a venda dos produtos e o estabelecimento socioeconômico médico, que lucra com os danos que eles causam.

                            Do outro lado está toda uma era sofredora de danos que eles causam, embora signifiquem prazer, é claro, senão não teriam se tornado um vício, uma dependência química espantosamente espalhada.

                            Se você começar a reparar NÃO EXISTE quase nada que não tenha uma daquelas coisas. Para onde olhemos lá está a profusão de sal, de gordura, de açúcar e de proteínas. Em tudo colocam essas coisas em abastança. Seria preciso fazer um estudo acadêmico de quanto consumimos por dia, com uma quantidade representativa de humanos das várias profissões, durante alguns anos, acompanhando com nutricionistas (que possam calcular “de cabeça”, aproximadamente quanto cada um consome).

                            É até muito mais do que consigo retratar. Agora, de alguns anos para cá é que estão surgindo alternativas, como adoçantes, salgadores sem cloreto de sódio, movimentos que se abstêm do consumo de proteínas animais, carnes magras, essa coisa. Mesmo assim é raro encontrar e é relativamente caro (pobres e miseráveis não podem consumir).

                            Vitória, domingo, 29 de dezembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário