Tecnociência do Diálogo
Gerd
A. Borheim diz em seu livro Dialética (Teoria Práxis), Porto Alegre,
Globo, São Paulo, USP, 1983, p.153: “Mas dizíamos
que há autores que definem e delimitam o ser na dialética de diversas maneiras
– afirmam que a dialética é isto e aquilo, determinando assim o seu ser a
partir de um ente preciso. Dizem, por exemplo, que a dialética é a arte do
diálogo, ou que ela é uma lei. E com tais delimitações a questão se torna
‘clara’”, colorido meu.
No
modelo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/ideologia e
Ciência/Técnica, e Matemática pelo centro) geral tem na tecnociência uma
pontescada que está repetida em níveis mais baixos e menos precisos nas demais
duplas. A pontescada científica abre-se em: Física/Química, Biologia/p.2,
Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6. A Dialógica
geral reparte-se em Lógica, monal, direta, e Dialética, dual, relacional.
Por
quê ela seria um Conhecimento e não o centro dos conhecimentos todos? A razão,
que me parece óbvia, é que algo deve ficar de fora, ser referência sem ser
referenciado, por exemplo, o centro de uma esfera, que é centro para todos os
pontos, menos para si mesmo, POIS É O CENTRO, assim como deve existir UM, e
somente um, que seja ABSOLUTO e não relativo, que seja realmente livre, e não
portador de livre arbítrio recolhível – um apenas para quem a liberdade seja
inerente, Deus, que é idêntico a isso a que demos o nome impróprio de
Matemática.
Então,
a Dialética (e a Lógica) está abaixo da Matemática. Existe uma dialética
mágica/artística e uma dialética científica/técnica. Em geral falo apenas desta
última, a tecnociência do diálogo (que tem uma porção lógica, direta,
não-relacional, não se esqueça). Ela é uma arte, a Dialética? É, é uma magicarte,
há uma dialética magicartística, como há outra teorreligiosa, uma
filoideológica e uma tecnocientífica.
Embora
falemos correntemente de LEIS CIENTÍFICAS, elas não podem ser leis mesmo,
porque só o seriam as da Tela Final, onde Deus se posta, PORQUE todas leis
correlativas absolutamente co-respondentes, fechadas numa solução definitivamente
geral, total. Essas seriam leis, de fato. Mas dizemos que as chamadas “leis
científicas” são leis também, ainda que estejam sujeitas a comprovações
sucessivas, como diz Popper. Submetem-se à testabilidade e à refutabilidade, ao
passo que as leis da TF não o fariam, são mesmo leis absolutas, centrais.
Se
a dialética é relacional, se depende de relações, então ela não é final, é
intermediária. Ela não é matemática, é dos conhecimentos onde ainda existe
pontescada, é subida e avanço, ao passo que a Matemática, a geometrialgébrica é
terminal, nada há adiante de mais provável. O simples 2 + 2 = 4 é assim desde
sempre e para sempre. Posto que se dê um plano, dele duas retas paralelas não
têm (nem no infinito) um ponto comum, porisso por dois pontos só se pode traçar
uma reta. As leis da Matemática são de fato Leis da TF.
Se
segue que o ser da dialética especial e da Dialética geral é arte, é técnica, é
tudo que está na pontescada, MAS NÃO É LEI, pelo menos lei definitiva. É lei
provisória, sujeita a testes contínuos, mas não é Lei determinante, decisiva,
categórica, peremptória.
Vitória,
quarta-feira, 11 de dezembro de 2002.
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