sexta-feira, 6 de janeiro de 2017


Suavidade Urbanística

 

                            Leia Integração Geológica, neste Livro, para ver o cenário geral, a suavização completa. Não apenas nossos prédios são caixotes, espécie de caixas de sapato, como tudo se ergue duro para ferir nossa compreensão. Não há acordo esquerdireita, a reunião das duas culturas, a fusão dos pares polares opostos/complementares. Aquela suavização da arquiengenharia e das tecnartes todas, pela admissão, pela aceitação plena dos opostos, é não apenas importante como fundamental, isto é, fundamenta o novo existir e o novo Ser.

                            Não se trata apenas de seguir a integração com as geo-esculturas, como foi posto, mas de inventar toda uma nova socioeconomia e mais amplamente uma nova psicologia, em que estejamos motivados a esse abrandamento geral, tanto nas tecnartes quanto nas tecnociências, e em tudo mesmo. Não que os conflitos acabem por serem banidos, pois isso o Desenho de Mundo não admite, mas apenas serão amortecidos, porque isso é permitido, porque é viável, dado que as flechas opostas continuariam iguais em módulo.

                            Essa SUAVIZAÇÃO URBANÍSTICA, sobre ser ação, ato permanente de urbanizar, quer dizer acima de tudo ACEITAÇÃO, ato permanente de aceitar, como vimos. Tal aceitação passa por um replanejamento total. Aceitação da natureza zero, físico-química, e da primeira natureza, biológica/p.2, dentro de uma segunda natureza, psicológica/p.3. Quer dizer também CON-VIVÊNCIA, vivência junto, sem tantas separações, como muros, grades e outros distanciamentos. Isso, por sua vez, nos remete a um replanejamento psicológico total, que reconfigure as classes para uma proximidade até agora desconhecida.

                           Este mundo-Terra é muito primitivo, devo dizer.

                            Está demasiadamente longe desse desenho que tenho em minha mente, de prédios arredondados junto a colinas e fontes, com muitas praças ou coletivizações, com ruas retas e tortas, com subidas e descidas, no todo aquele equilíbrio pregado. Mesmo aqueles condomínios que são para hoje chiques na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, não passam de arremedo disso que estou falando. A burguesia mundial terrestre não conhece nada de verdadeiramente elegante, e muito menos o povo. Creio que os escritórios de desenho urbano/rural passarão ainda muitas décadas criando antes de chegarem a essa coisa que estou visualizando.

                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.

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