Socioeconomia do
Excesso
Um certo camarada
americano pegou bicicletas velhas e levou-as a países de quarto mundo onde,
segundo um dos canais Discovery (ou National Geographic), ativou as
socioeconomias locais. Outrora pensei em aproveitamento das sobras nacionais,
mas a gente sempre vê dificuldade em tudo, até que um vá lá fazer. De qualquer
forma, creio que não era aquela minha missão, e sim a de falar e de escrever.
Estou escrevendo, quero falar.
Como há no modelo a
divisão em quatro mundos, os quase 220 países da Terra podem formar quatro
grupos de 55: ricos, médios-altos, pobres e miseráveis. O que sobre do primeiro
ainda vai ser mais do que têm os últimos. O PIB dos EUA estando em torno dos
US$ 10 trilhões, 1 % é US$ 100 bilhões, que é mais que o dobro da renda de mais
de 150 nações, penso eu (vá fazer as contas). MUITO MAIS de um porcento é
jogado no lixo nos EUA. Se contarmos que os EUA constituem 25 % da produção
mundial, no total serão uns 40 trilhões de dólares. Se 80 % estiverem em poder
do primeiro e segundo mundos, um porcento disso serão US$ 320 bilhões. Todos
esses objetos consertados e enviados em navios que estejam vazios - com a
capacidade logística atual, em associação com a Internet e a boa vontade -
podem fazer milagres, o que será bom para as elites de vários modos, inclusive porque
os ganhadores (só para projetos de desenvolvimento autônomo local) comprarão
depois daquela marca.
Desde que junto do
produto vá a idéia de uma micro-empresa os novos missionários socioeconômicos
podem ajudar tremendamente a humanidade inteira, transferindo a capacidade
empreendedora junto com os objetos.
Realmente, esse
camarada descobriu toda uma avenida nova do fazer humano. O Prêmio Rolex (da famosa marca de
relógios) está recompensando esse tipo de iniciativa, o que é muito louvável –
parabéns.
Vitória,
segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.
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