sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


Socioeconomia do Excesso

 

                            Um certo camarada americano pegou bicicletas velhas e levou-as a países de quarto mundo onde, segundo um dos canais Discovery (ou National Geographic), ativou as socioeconomias locais. Outrora pensei em aproveitamento das sobras nacionais, mas a gente sempre vê dificuldade em tudo, até que um vá lá fazer. De qualquer forma, creio que não era aquela minha missão, e sim a de falar e de escrever. Estou escrevendo, quero falar.

                            Como há no modelo a divisão em quatro mundos, os quase 220 países da Terra podem formar quatro grupos de 55: ricos, médios-altos, pobres e miseráveis. O que sobre do primeiro ainda vai ser mais do que têm os últimos. O PIB dos EUA estando em torno dos US$ 10 trilhões, 1 % é US$ 100 bilhões, que é mais que o dobro da renda de mais de 150 nações, penso eu (vá fazer as contas). MUITO MAIS de um porcento é jogado no lixo nos EUA. Se contarmos que os EUA constituem 25 % da produção mundial, no total serão uns 40 trilhões de dólares. Se 80 % estiverem em poder do primeiro e segundo mundos, um porcento disso serão US$ 320 bilhões. Todos esses objetos consertados e enviados em navios que estejam vazios - com a capacidade logística atual, em associação com a Internet e a boa vontade - podem fazer milagres, o que será bom para as elites de vários modos, inclusive porque os ganhadores (só para projetos de desenvolvimento autônomo local) comprarão depois daquela marca.

                            Desde que junto do produto vá a idéia de uma micro-empresa os novos missionários socioeconômicos podem ajudar tremendamente a humanidade inteira, transferindo a capacidade empreendedora junto com os objetos.

                            Realmente, esse camarada descobriu toda uma avenida nova do fazer humano. O Prêmio Rolex (da famosa marca de relógios) está recompensando esse tipo de iniciativa, o que é muito louvável – parabéns.
                            Vitória, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário