Ser Terceiro Mundo
As pessoas em geral
pensam que acabar com o terceiro mundo no Brasil e fazê-lo migrar ao primeiro
mundo seria o equivalente a acabar com as favelas. Se, por mágica, todas as
favelas e lixões fossem urbanizadas teríamos passado ao primeiro mundo?
Não, porque É DE
TERCEIRO MUNDO TODA A PSICOLOGIA (figuras ou psicanálises brasileiras,
objetivos ou psico-sínteses brasileiras, produções ou economias brasileiras,
organizações ou sociologias brasileiras, e espaçotempos ou geo-histórias brasileiras)
de todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes
(municípios/cidades, estados, nações e mundo) brasileiros, por suas identidades
com a pobreza corpomental de terceira. O gesto superior de um burguesinho; a
suprema ignorância das leis quando se trata do confronto entre elites e povo,
sempre favorecendo aquelas; o custo superior do dinheiro para o povo, que vive
em grilhões dos juros capitalistas-financeiros; a exclusão social quanto a
vagas universitárias para os provindos de escolas públicas. Tantas e tantas
coisas que denotam a terceira-imundície que é o Brasil.
Não é apenas a falta
de esgotos, nem as palafitas, nem os barracos minúsculos de tábuas, nem estar
abaixo do definido limiar de pobreza, é todo um conjunto de atitudes e
tratamentos entre as pessoas, entre os governos e as pessoas, entre governos e
empresas, entre empresas e pessoas. É TODO UM JEITO DE SER E DE ESTAR. Como eu
disse no modelo, passar ao primeiro mundo significa PASSAR EM TUDO. Se apenas
uma porção passa, então o país inteiro não foi. É preciso ter consciência do
que é ser líder. Acabar com as favelas não pode ser por mágica – deve
corresponder a um esforço socioeconômico DE FUNDO, total mesmo, completa
reconscientização de todos os agentes políticadministrativos governempresariais
pessoambientais.
Vitória,
quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.
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