Ser e Discurso
Em
seu livro, Dialética (Teoria
Práxis), Porto Alegre, Globo, São Paulo, USP, 1983, p. 153, Gerd A Bornheim
diz: “Pois, sem dúvida, não se poderia definir o ser da mesma forma como se
define este ou aquele ente. O ser não é integralmente redutível ao discurso; muito mais, o
discurso pressupõe o ser: há discurso porque há ser. Porque o ser é,
pode o homem falar e definir; o discurso acolhe o ser. Disso se pode inferir
que o ser da dialética em algum sentido transcende a dialética. O ser seria
algo como o princípio de possibilidade da dialética”, coloridos meus.
No
modelo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia e
Ciência/Técnica, e Matemática) geral tem pontescadas, como sub-caso a
pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3,
Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6). A contraparte baixa, técnica,
da Dialógica é a Discursiva.
O
ente é o que ainda não é, pois, o ser é, no sentido de ser consciente, enquanto
meramente cérebro, a partir do primeiro corpomente. Plenamente consciente de
si, como alma mesmo, desde o nível psicológico inicial, racional, humano, o
primeiro par fundamental homulher. Há ente isolado até o primeiro corpomente há
3,8 bilhões de anos; depois há ser. Esse ser em evolução caminha para a Tela
Final, onde está a parte TOTALMENTE consciente do par polar oposto/complementar
natureza/Deus, Ela/Ele, ELI. Deus, lá postado, é o resumo de todas as infinitas
evoluções.
Deus
não discursa, o modo dele falar é a Matemática, resumo de todas as coisas. O
Discurso geral é a Dialógica baixa. Os seres discursam, isto é, falam com insuficiência, mirando o
Diálogo de Mundo (nos vários modos do Conhecimento), que está logo abaixo da
Matemática. Assim sendo, os seres SÃO INTEIRAMENTE REDUTÍVEIS AOS DISCURSOS QUE
FAZEM. Só Um, um só, não é redutível, é O SER, coalescência, aglutinação de
todos os seres. Os seres, falando só frações, discursam, isto é, DIALOGAM EM
IGNORÂNCIA.
Daí
que sendo o ser o avançado ente que é consciente, não é o discurso ou o diálogo
imperfeito que acolhe o ser, é o ser que, indo em meio à floresta de enganos e
malícias, acolhe o discurso, acoplando-se a ele. E evidentemente o ser não se
destaca da nem ultrapassa a Dialética, pelo contrário, insere-se incompletamente
nela.
Vitória, quinta-feira, 19 de dezembro de
2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário