Repertório de Comportamentos
Em
seu livro, Lógica das Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Tempo
Brasileiro, e Brasília, EUnB, p. 53, Karl Popper diz: “É importante que estes processos experimentais sejam
mudanças que se originem por dentro da estrutura individual em um
estilo, mais ou menos fortuito, em todos os três níveis. A opinião de que não
sejam devidos à instrução externa, do ambiente, é sustentada (apenas
fracamente) pelo fato de que organismos muito semelhantes podem responder, de
vez em quando, sob muitas formas diferentes, ao mesmo novo desafio ambiental”,
colorido e itálico meus.
O
modelo diz que tudo é 50/50, pares polares opostos/complementares, portanto,
nós temos pessoambientes. Pessoas (indivíduos, famílias, grupos e
empresas) se compõe com os ambientes (municípios/cidades, estados,
nações e mundo) para formar as P/A políticadministrativas governempresariais.
Uma parte é devida à instrução externa, que vem de fora para dentro de nós, e
uma parte é composta pela instrução interna, nossa capacidade de raciocinar,
que vai de dentro para fora. Essas oscilações ou ciclos dentrofora ou
foradentro é o SISTEMA DE ENSINAPRENDIZADO, a dupla pedagogia da Escola da
Vida, livre, e a Vida da Escola, disciplinada. É uma dupla flecha
que vai aumentando e diminuindo de módulo, simultaneamente, para cima e para
baixo, definindo duas curvas defasadas de 90º, como senóide e cossenóide ou
anti-senóide.
Então,
como Popper disse, VEM DE DENTRO de indivíduos, de famílias, de grupos e de
empresas; cada um dá uma resposta diferente, porque, como disse Trotski, as
mudanças dos conjuntos são diferenciadas, acontecem em ritmos distintos. Se
segue que famílias mudam em ritmos característicos. Mas vem de fora, também. Se
ESTA sustentação é fraca é porque foram frágeis as pesquisas, e mal-orientadas.
Ainda que os mesmos organismos dêem respostas diferentes nas mesmas situações
essa constatação vem de uma observação parcial, o que já foi resolvido no
modelo: na realidade nenhuma situação pode ser exatamente a mesma, até o último
campartícula fundamental, nem a pessoa deixa de mudar, digamos o indivíduo. É
que POR DENTRO o indivíduo não é nunca o mesmo, muda sempre. Então não existe O
MESMO CONJUNTO num outro pontinstante, e não é o mesmo conjunto que está
respondendo à situação, que igualmente não é a mesma – são pessoas e ambientes
ou situações diferentes, sempre. Porisso a indicação é fraca, já que não
poderia ser forte; passa rente porque é uma pós-instrução do pesquisador que
envereda pelos seus desejos, pelas suas teses pré-postas.
Bom,
isso leva finalmente ao título do artigo.
Como
eu já pedi, devemos construir os guarda-roupas de personalidades, as
bibliotecas de procedimentos, os repertórios de comportamentos. Isso seria útil
porque, tomando-se uma quantidade padrão mínima de dados ou informações sobre
qualquer conjunto, poderíamos deduzir muito; com o incremento de info-controle
iríamos ficando cada vez mais perto da realidade. Assim sendo, olhando um
indivíduo, fuçando seu lixo, obtendo dados de sua vida, poderíamos encaixá-lo
nas categorias individuais, nas personalidades-padrão, nas psicologias
padronizadas. Isso tanto têm implicações ruins, de vigilância pelo Grande
Irmão, quanto boas, porque poderemos ajudar as pessoas e os ambientes.
O
grande número de seres humanos, a metódica varredura de suas existências (como
vistas de fora) ou essências (como vistas de dentro), com seis bilhões de
criaturas vivas e bilhões de vidas que ainda virão, permitirá estabelecer uma
quantidade de personalidades, que serão quatro laterais, duas montadoras e uma
central, de onde emerge tudo. E essas quatro se abrirão em 16, 64 e 256, de
modo que nestas 256 poderemos ver todos os seres humanos, com óbvias vantagens
para os tecnartistas e os tecnocientistas. Identificando essas 256 personalidades,
poderemos preparar gente para dar suporte nas dificuldades da Vida racional,
conforme as tendências características.
Vitória,
domingo, 24 de novembro de 2002.
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