Reconstrução das Almas
No
filme italiano O Quarto do Filho, zombam com muita sutileza dos
psicanalistas e da psicanálise, com muita justeza, também. Muito engraçado.
Acontece
que no modelo as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os ambientes
(municípios/cidades, estados, nações e mundo) podem ser objeto da Psicologia
(psicanálise de figuras, psico-síntese de objetivos, economia de produções,
sociologia de organizações e geo-história de espaçotempos), reconduzindo-as
(sempre provisoriamente, os conjuntos mudam diferencialmente, interferem uns
com os outros, trocam informação-controle ou comunicação, info-controle, IC de
saúde e de doenças). O mundo é uma soma zero de ∑ = 0 = C + O = CRISE +
OPORTUNIDADE.
Então,
os psicólogos deveriam relocar as pessoas nos seus ambientes, numa das 6,5 mil
profissões, numa das classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis),
numa das classes do labor (operários, intelectuais, financistas e militares, e
burocratas pelo centro), numa das classes da Economia
(agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciantes e de serviços, e
bancários), estudando a melhor Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo e
fogo/energia, e no centro Vida, no centro do centro Vida racional) e a melhor
Bandeira da Proteção (lar, armazenamento, saúde e segurança e transporte).
Um
psicólogo não pode ser essa criatura simplista e simplificadora até a exaustão
que existe agora, esse deficientíssimo PROGRAMADOR DE ALMAS que sabe só essas
teorias que emergiram desde 100 anos atrás, através de Freud e outros. Isso é
muito pouco, é pouco demais.
Será
adequado aquele espaço em que vive a pessoa? É o bairro apropriado, é a luz
certa, a aeração correta, o DESENHO DE PROTEÇÃO é próprio, ela se situa no mais
produtivo dos grupos, a sua família a potencializa ou seria melhor ela se
afastar? Qual é o melhor DESENHO DE ALMA de determinada pessoa? Veja, os
psicólogos não são PSICOPLANEJADORES (até porque a palavra não existia, criei-a
agoraqui), eles não esboçam vidas novas, apenas vão levando com a boca,
soltando as amarras, até que a alma ferida se cure por si mesma. Sentado ou
deitado o indivíduo vai falando continuamente, enquanto o psicanalista vai
puxando este ou aquele fio. Até simularam um computador “falando” com um
paciente e ficou muito parecido.
Como
pegar essa alma doente e orientá-la a outro espaçotempo, a outra produção, a
outra organização, de modo que mudada sua figura, virando-se a outros objetivos
dali venha ela a emergir como que uma borboleta maravilhosa donde antes só havia
feia lagarta?
Os
governempresas têm o maior interesse, fundamental necessidade de estimular a
Psicologia a novos saltos REATIVOS e PROSPECTIVOS às novíssimas realidades
mundiais que estão aparecendo, diante das quais são exigidas competências muito
mais largas. A políticadministração não pode quedar-se ao abrigo das
expectativas antigas, que não servem mais, que seriam intoleráveis diante dos
imperativos novíssimos de modelação do futuro.
Se
chegar a um consultório de psicólogo (dos ricos e médios-altos) ou de
psiquiatra (dos pobres e miseráveis) qualquer esperança de cura, como esses
profissionais farão para a satisfazer, delineando-lhe novos cenários cheios de
pulsação, de vibração, de fogo, de alegria, de entusiasmo que não apenas nos
devolvam sadio o antigo doente, como uma saúde que some, que multiplique, em
vez de diminuir e dividir?
Evidentemente
poucos podem pagar os altos custos dos psicanalistas, e pobres e miseráveis
raramente são atendidos por eles, a menos de custeio governamental ou
empresarial em raras situações. Eles não têm grande utilidade.
No
entanto, poderiam ser de extrema serventia, desde que renovada a profissão para
ser a de um re-programador das almas e de sua nova inserção na
produçãorganização mundial.
Vitória,
terça-feira, 10 de dezembro de 2002.
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