sexta-feira, 6 de janeiro de 2017


Presidência

 

                            As instituições humanas são extremamente primitivas, que pese o grande desenvolvimento em relação ao passado.

                            Por exemplo, não há um departamento na Presidência da República para sintanalisar as 6,5 mil profissões, isso posso garantir, não apenas por nunca ter ouvido falar quanto principalmente porque não seria do estilo deles serem exaustivos. Não há um departamento para lidar com os modos do labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas), porque isso é coisa recente do modelo, ainda não divulgado. Nem divisão da Chancelaria em quatro mundos, com grupos de 55 para os perto de 220 países. Não há, com toda segurança, um Departamento de Excelência, porque isso seria exigir demais da civilização brasileira de fundo português.

                            Não há uma repartição em dois níveis para o Conhecimento geral (alto: Magia, Teologia, Filosofia, Ciência; baixo: Arte, Religião, Ideologia e Técnica; e Matemática ou Geo-Algébrica). Não há interesse assimétrico nas classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis) que favoreça o lado despossuído. Não há um Instituto de Fomento Tecnocientífico, pois os governempresas brasileiros não favorecem a T/C, por serem subalternos da pesquisa & do desenvolvimento exteriores. Não há também, com certeza, um Instituto de Fomento Tecnartístico, para as tecnartes (da visão, da audição, do paladar, do olfato e do tato), porque qualquer ganho que estas pudessem proporcionar como independência do sentir questionaria aquela mesma dependência abjeta.

                            Então, a Presidência brasileira (e a Governadoria e a Prefeitura) são coisas extremamente atrasadas, posso dizer sem sequer investigar a fundo.

                            Ao contrário, esperaríamos que houvesse uma Assessoria de Mídia (de TV, de Rádio, de Revista, de Jornal, de Editoria e de Internet, para não falar nos meios menores). Um Departamento de Enquetes para estudar as perguntas do povo (e das elites também) seria demais, assim como ultrapassaria toda esperança minha uma Secretaria das Sugestões, como pedi num dos textos deste Livro. Poderíamos dizer durante horas do que NÃO HÁ.

                            Enfim, o que a Presidência está fazendo lá?

                            Vitória, quarta-feira, 13 de novembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário