Planejamento Americano
De
julho de 1984 a 1987 eu estava em Linhares e escrevi alguns textos que
começaram com A Tramóia do Ien, nos quais eu descrevia uma conspiração
americana para espalhar a letalidade da crise que estava vindo e que, eu
achava, aconteceria depois de 1997, não só por conta das previsões de Batra
como em razão de pensamento próprio. Depois coloquei esses textos no Jeca
Tutu, uma Cartilha Pedagógico-Tributária, que comecei a construir lá por
1988, já na AFES, Associação do Fisco Espírito-santense, depois Sindifiscal,
Sindicato do Grupo TAF no ES.
Escrevendo
os ciclos do modelo cheguei à conclusão de que aconteceria uma crise energética
em 2001, porque estimei um ciclo perfeito de 4 x 7 = 28 anos, ao passo que é
possível que o ciclo de Batra de 30 anos esteja, para a Terra, mais de acordo,
devendo a data ser mudada para 2003. Não é o caso de postergar, ou acontece ou
não; se não, o modelo não serve, e pronto.
Bom,
acontece que os EUA começaram uma coisa nova em relação às civilizações do
passado. Por conta dos futurologistas, um certo instinto e uma determinada
razão preditiva se instalaram por lá. Eles passaram mesmo a crer, em virtude do
quê se prepararam e estão planejando COM ANTECIPAÇÃO DE VINTE ANOS, ou seja,
2002 corresponde a 1982, e daqui já começaram a agir sobre 2022.
Isso
lhes dá uma vantagem nítida sobre todos os outros povos e nações da Terra, uma
vantagem tão significativa que pode ser que, resolvidos os problemas da extrema
competitividade da China, do Japão e da unificação da Europa, enquanto novos
termos socioeconômicos, pacificada a questão do terrorismo, eles dêem um novo
salto à frente, muito mais espantosos que os anteriores.
A
competitividade japonesa e alemã vinha de que eles não tinham que sustentar
enormes forças armadas, à custa da produção e da produtividade destinada ao
povo e às elites, principalmente àquele. A competitividade chinesa vem do roubo
depravado de patentes, bem como de muito trabalho e disciplina, e de uma enorme
contenção passada, e não se esgotará de pronto. A Europa sempre será batida
PORQUE é velha e não tem mais motivo algum para reconstruir, nem
heterogeneidade, nem necessidades insatisfeitas. O terrorismo terá fim logo,
porque está atingindo indiscriminadamente todos os países, e com isso perderá
sua base.
Enfim,
o planejamento com duas ou três ou no futuro mais décadas de adiantamento dará
à coletividade americana, pela primeira vez em milênios, uma vantagem
competitiva notavelmente característica, que promete tornar os EUA a primeira nação
sem fim. É claro que é só promessa, porque a coisa não é lá planejamento
divino, digamos assim, mas mesmo assim é uma promessa efetiva, real. Pela
primeira vez na geo-história uma nação, só por se voltar inadvertidamente para
o futuro, com aquela bobagem do futurismo da futurologia, quase conquistou as
graças do Céu. Quase, faltou pouco, porque, afinal de contas, os americanos não
são perfeitos.
Vitória,
domingo, 03 de novembro de 2002.
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