terça-feira, 24 de janeiro de 2017


O Melhor dos Mundos Popperianos

 

                            Karl Popper (pensador britânico de origem austríaca, nascido em 1902 - pela última notícia que tenho estava vivo em 2002, estando, portanto, com 100 anos) diz insistentemente nos seus textos, as passagens que li, que este é o melhor dos mundos. Falava do mundo Ocidental, comparado com o Oriental, e do capitalismo, comparado com o pseudo-comunismo soviético de grande vergonha, que até felizmente terminou como farsa em 1991.

                            De fato, ele estava certo. Aquele falso comunismo que nos enganou e envergonhou mostrou-se bem pior, nos expurgos stalinistas e de Pol Pot no Camboja, nos deslocamentos maciços de gente, com tanto sofrimento e tantas mortes, com tudo que fez de ruim, foi bem pior que o capitalismo ocidental, que pesem os tremendos desvios deste, de que ninguém fala até porque estão escancarados à vista de todos. A civilização de fundo grego-romana judaico-cristã foi notícia de longe melhor que qualquer coisa gerada no Oriente, sem dúvida alguma, como já mostrei.

                            Então, desses dois pontos de vista Popper estava tremendamente certo. Agora, é de se ver que Popper passou ao largo da miséria e da pobreza GERADAS pelo Ocidente. No Brasil, por exemplo, existem 20 % de ricos e médios-altos para 80 % de pobres e miseráveis. Manter as mansões brilhando custa muitos barracos. A proporção é muito semelhante entre os 20 % de A e B que o Capitalismo gerou no mundo e os C e D que amargam as queimaduras no rabo do foguete. Popper nunca foi às favelas, nem física nem mentalmente. Nunca passeou nos alagados, nunca freqüentou os barracos.

                            Aliás, nenhum filósofo fez isso. Na verdade, ninguém do Conhecimento geral (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), fora os de sempre, aquele 1/40, os tais 2,5 % do modelo. Sim, melhor, mas quão ruim quando trazemos todo o lixo que foi varrido para debaixo do tapete da consciência?

                            Vitória, quarta-feira, 15 de janeiro de 2003.

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