O Melhor dos Mundos
Popperianos
Karl Popper (pensador
britânico de origem austríaca, nascido em 1902 - pela última notícia que tenho
estava vivo em 2002, estando, portanto, com 100 anos) diz insistentemente nos
seus textos, as passagens que li, que este é o melhor dos mundos. Falava do
mundo Ocidental, comparado com o Oriental, e do capitalismo, comparado com o pseudo-comunismo
soviético de grande vergonha, que até felizmente terminou como farsa em 1991.
De fato, ele estava
certo. Aquele falso comunismo que nos enganou e envergonhou mostrou-se bem
pior, nos expurgos stalinistas e de Pol Pot no Camboja, nos deslocamentos
maciços de gente, com tanto sofrimento e tantas mortes, com tudo que fez de
ruim, foi bem pior que o capitalismo ocidental, que pesem os tremendos desvios
deste, de que ninguém fala até porque estão escancarados à vista de todos. A
civilização de fundo grego-romana judaico-cristã foi notícia de longe melhor
que qualquer coisa gerada no Oriente, sem dúvida alguma, como já mostrei.
Então, desses dois
pontos de vista Popper estava tremendamente certo. Agora, é de se ver que
Popper passou ao largo da miséria e da pobreza GERADAS pelo Ocidente. No
Brasil, por exemplo, existem 20 % de ricos e médios-altos para 80 % de pobres e
miseráveis. Manter as mansões brilhando custa muitos barracos. A proporção é
muito semelhante entre os 20 % de A e B que o Capitalismo gerou no mundo e os C
e D que amargam as queimaduras no rabo do foguete. Popper nunca foi às favelas,
nem física nem mentalmente. Nunca passeou nos alagados, nunca freqüentou os
barracos.
Aliás, nenhum
filósofo fez isso. Na verdade, ninguém do Conhecimento geral (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), fora os
de sempre, aquele 1/40, os tais 2,5 % do modelo. Sim, melhor, mas quão ruim
quando trazemos todo o lixo que foi varrido para debaixo do tapete da
consciência?
Vitória,
quarta-feira, 15 de janeiro de 2003.
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