domingo, 1 de janeiro de 2017


O Livro do Universo

 

                            Galileu (italiano, 1564 a 1642, 78 anos entre datas) disse que o livro do universo está escrito em caracteres matemáticos, enquanto Platão (grego 428 ou 427 a 348 ou 347, 80 anos entre datas), criador da Academia, colocou no pórtico dela que quem não soubesse geometria não entrasse lá.

                            Coloquei a Matemática ou geometrialgébrica no centro do quadrado do Conhecimento e no topo de sua pirâmide, como centro de tudo, tanto do Conhecimento Alto (Magia, Teologia, Filosofia, Ciência) quanto do Conhecimento Baixo (Arte, Religião, Ideologia, Técnica), o que está longe de ser pouco.

                            Então, o livro do universo é escrito em caracteres matemáticos, mas é escrito em todos os outros caracteres, inclusive os das 6,5 mil profissões, e nos das línguas faladas por todas e cada uma das pessoas da Terra do passado, do presente e do futuro, e de todos os mundos já existentes, que existem agora e que irão existir.

                            Enfim, o livro do universo é falado em todas as formas. Não existe esse exclusivismo matemático, esse Testamento de Adão no qual se diga que devemos necessariamente ler na língua matemática. De modo algum! E é pretensão totalmente descabida pensar assim e proceder como se fosse. Isso indica como os “sábios” querem essa exclusividade inteiramente extemporânea, abusados que são.

                            As pessoas devem opor-se a tal apropriação de suas liberdades com o máximo de insistência e diligência. Se não, fica parecendo que só poderá ler o universo quem saiba matemática, e isso não é verdade, nunca foi, não é e não será.

                            Vitória, quarta-feira, 23 de outubro de 2002.

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