Os
Sentidos no Modelo da Caverna
SE
o MC é válido, disso devem derivar certas coisas, obrigatoriamente, servindo
como teste de afirmação ou negação.
SE
as pessoas viveram até centenas de milhares de anos nas cavernas, desde a EVA
Mitocondrial e do ADÃO Y, há mais ou menos 200 mil anos na África, e antes
disso para os que nos precederam, e a sociedade coletora-e-caçadora foi uma só,
de mulheres-e-homens, as mulheres sendo coletoras e os homens caçadores, podemos
visualizar as alternativas corpomentais, isto é, a seleção de corpos e de
mentes equivalentes às oportunidades e forçamentos. Que corpomentes
sobreviveram na luta pela maior aptidão?
As
mulheres, tendo de ficar num ambiente fechado, onde fatalmente se acumularia
lixo ou dejetos, urina, fezes, restos de alimentos, ter um olfato muito aguçado
não seria proveitoso, pelo contrário, traria aborrecimentos constantes. Os
homens, dedicando-se à caça, devem ter um olfato apurado, e não obstruído, para
identificar as coisas mortas pelo cheiro do sangue recém-derramado. As mulheres
devem ter olfato apurado para identificar coisas que estão apodrecendo, pois
comer alimentos assim é fatal para a saúde. São dois olfatos diferentes,
selecionados como árvores de desenvolvimento de distintas trilhas. Olfato de espaço
e de plano para as mulheres, de linha e de ponto para os homens.
Quanto
ao paladar, o das mulheres deve ser agudo, pois há que distinguir sutis
variações dos elementos compositores de temperos, de pastas, de bebidas e de comidas,
visando ofertar aos rebentos alternativas a partir das coisas coletadas e
feitas nos quatro modos de preparação. Já os homens é cortar a caça e colocar
no fogo, sem sal nem nada.
A
visão dos homens deve ser linear e pontual, identificando a presa ou o predador
prontamente, sem vacilo. A das mulheres deve ser de campo, de gestalt, na
coleta sabendo quais árvores pelas folhas estão prontas a dar frutos, onde
existem objetos pequenos e coloridos a levar para enfeitar a caverna, e assim
por diante. Visão rápida para ver no todo a parte diferenciada.
O
tato das mulheres também deve ser desenvolvido, pois na escuridão (manter luzes
constantemente acesas pode atrair predadores, na ausência dos homens) é preciso
apalpar. O tato, para caçadores, é um sentido praticamente inútil.
A
audição é importantíssima para o caçador, logo abaixo da visão, e é igualmente
importante para as mulheres, mas no sentido de saber diferençar sons de
pássaros, de pequenos animais que se possa pegar com armadilhas pequenas, de
variações nos choros das crianças, etc.
Voltando
à visão, não faz sentido os homens distinguirem entre 207 e 222 gamos, pois a
questão é pegar dois ou três, ao passo que para as mulheres, que estão no ramo
da coleta, é fundamental, pois reunidas as coisas deve-se distribuí-las na
coletividade mais ou menos eqüitativamente, ou seja, de acordo com as
precedências psicológicas, a matrona ficando com mais e sendo mais gorda. Se
segue que as mulheres devem ter desenvolvido o sistema numérico primitivo e as
quatro operações (somar, diminuir, dividir e multiplicar). E devem ser
igualmente responsáveis pela geometria primitiva.
Além
disso, devendo controlar ou administrar as posses do coletivo de consumo,
evidentemente desenvolveram a veia econômica ou produtiva (neste caso, coletora),
realizando estoques, com defumações e outras técnicas de conservação, ao passo
que os homens vão caçar, comer até fartarem-se e ficar com fome logo em
seguida. Os homens seriam responsáveis pelas proteínas e mais qual dos grupos
alimentares? Ora, isso nos diz que a posição de homens serem economistas de
nossas sociedades está errada; pelo menos no que tange a essa ECONOMIA DE
GUARDAR, de poupar (o que nem sempre é bom, pois não visa o futuro, e sim o
passado).
Novos
testes deveriam ser feitos nas universidades.
As
mentes das pessoas podem ir mais longe, vasculhando as condições em que se
dariam as permanências e os avanços nas e a partir das cavernas. Em todo caso
muita coisa vai mudar, como os testes a respeito de compras estão mostrando – o
que podemos facilmente prever a partir do modelo, como já fiz.
Vitória,
domingo, 13 de outubro de 2002.
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