Mentes Gordas
O
Alegria é um camarada nosso que vende cocos aqui em Jardim da Penha. Deve ter,
por baixo, uns 150 quilogramas, foi candidato a Rei Momo no carnaval do começo
de 2002. Não há jeito de ele emagrecer porque, como diz Gabriel, é um gordo estrutural
(para os lados, disse ele) e conjuntural (para frente) ao mesmo tempo. Gordos
estruturais, como Jô Soares, jamais conseguirão reduzir seu peso, pois seus
ossos e toda a sua estrutura é para grande massa corporal. Gordos conjunturais
são os chamados “gordos safados”, ou seja, de comer, e beber cerveja.
Se,
por um milagre, o Alegria fosse reduzido à sua estrutura básica, tirado o
excesso conjuntural, ele voltaria a engordar, pois sua mente é gorda, obesa. No
ser humano o corpo é um adendo, um acessório, um suplemento, um anexo da mente, algo de
secundário. Sendo tão profundamente psicológico ou racional, tendo transitado
como pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa) e ambiente (município/cidade,
estado, nação, mundo), o que restou de corporal é muito pouco, quer dizer,
quase nada é puramente biológico. Na Rede Cognata boca grande = BARRIGA GRANDE.
Como alguns dizem, ao recomendar regime, “feche a boca”. Sendo a alimentação
uma contabilidade, comer demais é estocar, conforme eu já disse.
Daí
que para fazer regimes efetivos, que realmente emagreçam as pessoas, devemos
curar sua Psicologia (curar as figuras, curar os objetivos, curar as produções,
curar as organizações, curar os espaçotempos). Não adianta colocar cadeado nas
geladeiras, passar listinhas, inscrever-se no sádico Vigilantes do Peso, nada
disso. A cura da obesidade é a cura de graves problemas psicológicos
humanos, a começar da ansiedade que leva à sobrealimentação. É
PRECISO CURAR AS ALMAS para que os corpos reduzam seus pesos. Os gordos
não devem ir a endocrinologistas, a nutricionistas, a nenhum médico, se não forem
primeiro a um psicólogo (psicanalista, psico-sintetizador, economista,
sociólogo e geo-historiador, respectivamente com acima). Fora disso é furar
buraco n’água.
Vitória,
segunda-feira, 25 de novembro de 2002.
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