sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


Nova Dutra

 

                            Depois de 1987, quando entrei na então AFES (Associação do Fisco Espírito-Santense), desde 1990 Sindifiscal (Sindicato do Grupo TAF no ES), só passei além do Rio de Janeiro de avião. Mas lá por 1973, no bojo do Projeto Mauá (OPEMA) fui como estudante a São Paulo, de forma que devo ter trafegado na Avenida Dutra de então. Não lembro de nada, a gente vai e volta dormindo.

                            Em todo caso os motoristas falavam horrores dela, e depois deles a mídia. Há alguns anos foi privatizada e nunca mais se fez comentário negativo nenhum. A nova administração, privada, que se autodenominou Nova Dutra, distribui folhetos mostrando as melhorias. A gente nunca sabe, mas parece que melhorou significativamente mesmo.

                            O que aconteceu?

                            O que acontece sempre: na empresa privada o DESVIO DE VERBAS se chama LUCRO e há responsabilidade perante o consumidor, que pode reclamar diretamente ou deixando de usar os serviços ou os produtos. Da empresa pública monopolista ou oligopolista favorecida em lei não podemos reclamar, pois é “gratuito”, quer dizer, quem paga é o povo, via 58 tributos brasileiros. Os dirigentes estatais não têm responsabilidade nenhuma – desviam o dinheiro e não pode haver reclamação. Quer melhor do que isso? Vem daí tantos pilantras quererem pertencer aos quadros do Estado.

                            Por quê não passar logo tudo à iniciativa privada? É que a soma é zero para tudo, portanto o lado bom da privatização tem um lado ruim, um lado bem negativo. O outro lado é bem podre, não vou discorrer sobre ele agoraqui. Em todo caso, os trens, sempre deficitários no Brasil, desde a privatização do material rodante em estado calamitoso conseguiram fazer crescer o percentual de participação no total de cargas até mais de 30 %, o que é uma façanha, em termos do nosso país. Sem falar no sucesso retumbante das telecomunicações. É claro que a coisa não é risonha, os aumentos constantes de tarifas, conluiados com os representantes governamentais, estão aí para provar.

                            Entretanto, é bem visível que há roubalheira a nível governamental e que a privatização é um caminho, desde que a socioeconomia não perca a ponta da corda da vigilância coladinha.

                            Vitória, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.

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