Nova Dutra
Depois de 1987,
quando entrei na então AFES (Associação do Fisco Espírito-Santense), desde 1990
Sindifiscal (Sindicato do Grupo TAF no ES), só passei além do Rio de Janeiro de
avião. Mas lá por 1973, no bojo do Projeto Mauá (OPEMA) fui como estudante a
São Paulo, de forma que devo ter trafegado na Avenida Dutra de então. Não
lembro de nada, a gente vai e volta dormindo.
Em todo caso os
motoristas falavam horrores dela, e depois deles a mídia. Há alguns anos foi
privatizada e nunca mais se fez comentário negativo nenhum. A nova
administração, privada, que se autodenominou Nova Dutra, distribui folhetos
mostrando as melhorias. A gente nunca sabe, mas parece que melhorou
significativamente mesmo.
O que aconteceu?
O que acontece
sempre: na empresa privada o DESVIO DE VERBAS se chama LUCRO e há
responsabilidade perante o consumidor, que pode reclamar diretamente ou
deixando de usar os serviços ou os produtos. Da empresa pública monopolista ou
oligopolista favorecida em lei não podemos reclamar, pois é “gratuito”, quer
dizer, quem paga é o povo, via 58 tributos brasileiros. Os dirigentes estatais
não têm responsabilidade nenhuma – desviam o dinheiro e não pode haver
reclamação. Quer melhor do que isso? Vem daí tantos pilantras quererem
pertencer aos quadros do Estado.
Por quê não passar
logo tudo à iniciativa privada? É que a soma é zero para tudo, portanto o lado
bom da privatização tem um lado ruim, um lado bem negativo. O outro lado é bem
podre, não vou discorrer sobre ele agoraqui. Em todo caso, os trens, sempre
deficitários no Brasil, desde a privatização do material rodante em estado
calamitoso conseguiram fazer crescer o percentual de participação no total de
cargas até mais de 30 %, o que é uma façanha, em termos do nosso país. Sem
falar no sucesso retumbante das telecomunicações. É claro que a coisa não é
risonha, os aumentos constantes de tarifas, conluiados com os representantes
governamentais, estão aí para provar.
Entretanto, é bem
visível que há roubalheira a nível governamental e que a privatização é um
caminho, desde que a socioeconomia não perca a ponta da corda da vigilância
coladinha.
Vitória,
segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.
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