Máquinas Estrangeiras
Há aqui um aparelho
de som Gradiente, que é empresa brasileira, que estragou. Tivemos um outro que
estragou também. Embora tivessem sido montados no Brasil, as peças vêm de fora,
pois a Gradiente é quase uma maquiadora. A tecnociência é quase toda
estrangeira, como para quase tudo nas opções do terceiro e do quarto mundos.
Mas há um TV Zenith,
(acho que marca americana comprada pelos japoneses) de 43 polegadas, creio, que
deu defeito também. Há um videocassete Mitsubishi em que mal conseguimos ver os
vídeos. Os computadores são montados no Brasil sobre bases estrangeiras. Só um
que tivemos foi consertado 18 vezes, porque os programas davam “pau”. Fora os
drivers de CD, que estragam um após o outro. Um Casio Planeo (Color Digital Diary)
que já veio com defeito, custou R$ 550 quando o dólar estava a 1,50/1,00, acho,
foi há uns cinco ou seis anos, ou mais.
Enfim, as máquinas
estrangeiras quebram, não são boas coisa nenhuma, nos escravizam também,
tirando nosso dinheiro que não dá defeito por algo que quebra sempre. Sendo
assim, penso que os brasileiros podem ousar enfrentar o mercado alienígena,
porque as coisas feitas aqui não podem dar mais problemas que as feitas por lá.
Há essa afobada
sensação de maravilhamento com as coisas de fora, mas é tudo bobagem. O colonialismo
que ainda vive na alma dos brasileiros por defeito de transferência da
pedagogia da autodependência da burguesia local nos faz arriar as calças para
os estrangeiros. Não há um pinguinho de decência na burguesia brasileira,
sempre ultra dependente. É uma chatice sem fim.
Vitória, domingo, 29
de dezembro de 2002.
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