sexta-feira, 6 de janeiro de 2017


Non Fingo Hipotesis

 

                            Sabidamente Isaac Newton (físico, matemático, astrônomo e filósofo inglês – 1642 a 1727, 85 anos entre datas) disse isso, “não faço hipóteses”. Isso corroeu os cientistas durante 300 anos, porque para criar tecnociência é preciso justamente construir hipóteses, antes de chegar às teses. São chamadas de HIPÓTESES DE TRABALHO.

                            Que pese a grande autoridade de Newton, os cientistas continuaram construindo hipóteses, talvez à espera de solução.

                            Que é, penso eu, esta: obviamente a mente que esteja com idéias pré-concebidas irá pré-dispor-se na escolha, na seleção de dados, com isso falseando a percepção da realidade, isto é, conduzindo-se por seus desejos e não por um autêntico DIÁLOGO DE MUNDO. Ora, por princípio as mentes devem estar desprovidas de direção e sentido preferencial, ou seja, das subjetividades de todos e cada um, o que é evidentemente impossível, por mais que os pesquisadores & desenvolvedores queiram se dizer objetivos, fixados exclusivamente nas verdades, sejam elas quais forem, doam em quem doer. Como sabemos, freqüentemente as pesquisas favorecem as concepções dominantes das nações centrais, o que é bem esquisito, mesmo.

                            FAZER HOPÓTESES, para mim, no sentido que Newton falou, seria construir preferências, idiossincrasias, primazias culturais, pessoais, ambientais, dos conjuntos onde está inserido aquele que observa e busca. Isso, evidentemente, seria errado, porque só daria as respostas tortas desde o início pretendidas.

                            Creio que ele quis dizer que não devemos CONSTRUIR HIPÓTESES, apenas descobrir as teses pelo velho balizamento do método tecnocientífico, da experiência, do erro e do acerto. E neste sentido, é claro, estou com ele.

                            Vitória, quarta-feira, 06 de novembro de 2002.

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