Non Fingo Hipotesis
Sabidamente
Isaac Newton (físico, matemático, astrônomo e filósofo inglês – 1642 a 1727, 85
anos entre datas) disse isso, “não faço hipóteses”. Isso corroeu os cientistas
durante 300 anos, porque para criar tecnociência é preciso justamente construir
hipóteses, antes de chegar às teses. São chamadas de HIPÓTESES DE TRABALHO.
Que
pese a grande autoridade de Newton, os cientistas continuaram construindo
hipóteses, talvez à espera de solução.
Que
é, penso eu, esta: obviamente a mente que esteja com idéias pré-concebidas irá
pré-dispor-se na escolha, na seleção de dados, com isso falseando a percepção
da realidade, isto é, conduzindo-se por seus desejos e não por um autêntico
DIÁLOGO DE MUNDO. Ora, por princípio as mentes devem estar desprovidas de
direção e sentido preferencial, ou seja, das subjetividades de todos e cada um,
o que é evidentemente impossível, por mais que os pesquisadores &
desenvolvedores queiram se dizer objetivos, fixados exclusivamente nas
verdades, sejam elas quais forem, doam em quem doer. Como sabemos,
freqüentemente as pesquisas favorecem as concepções dominantes das nações
centrais, o que é bem esquisito, mesmo.
FAZER
HOPÓTESES, para mim, no sentido que Newton falou, seria construir preferências,
idiossincrasias, primazias culturais, pessoais, ambientais, dos conjuntos onde
está inserido aquele que observa e busca. Isso, evidentemente, seria errado,
porque só daria as respostas tortas desde o início pretendidas.
Creio
que ele quis dizer que não devemos CONSTRUIR HIPÓTESES, apenas descobrir as
teses pelo velho balizamento do método tecnocientífico, da experiência, do erro
e do acerto. E neste sentido, é claro, estou com ele.
Vitória,
quarta-feira, 06 de novembro de 2002.
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