quinta-feira, 5 de janeiro de 2017


Livro do Empreendedor Popular

 

                            Fernando Dolabela publicou o excelente livro Oficina do Empreendedor (A metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza), São Paulo, Cultura, 1999, que não obstante situa-se num nível “muito alto”, é para quem é das elites, quem possui discernimento maior, por exemplo, quem tenha algum gênero de formação universitária.

                            Algo mais “pé no chão” deveria ser feito, mais próximo do povão, daquela gente que não tem formação alguma, mas que poderia perfeitamente colocar uma empresa. Com formulários a preencher, como achar um contador para registrar a empresa, endereços reais e virtuais, como obter o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, federal) e a IE (Inscrição Estadual) ou a inscrição municipal. Que dê conselhos que o povo possa entender, em vez de destilar conselhos de alto gabarito. O povo não deseja isso, ele não tem tempo para meditações.

                            As perguntas dos jornalistas: quem: Figura; para quê: Objetivos; com quê: Economia; como: Organização; onde: Espaço; quando: Tempo – devem ser respondidas com o máximo de economia, com a máxima transparência didática POPULAR mesmo. Que máquinas comprar, quanto custam, como financiar, enfim, uma agência de fomento sob a forma de um livro. Que pode continuar numa segunda, numa terceira edição, virar um periódico encadernado. Até uma mídia inteira (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) pode ser associada ao projeto, como já sugeri.

                            Já existem inúmeros livros para empreendedores, toda uma safra nova, num veio aparentemente inesgotável, mas todos voltados para as elites, não para o povo. Que recursos os governos (mundial, nacionais, estaduais, municipais/urbanos) ou as empresas podem proporcionar? Precisamos de empresas de criar empresas, como existem máquinas superpesadas que produzem máquinas industriais. Dependemos desse grande número de empresas criadoras de outras, que vivam de oferecer (gratuitamente ou pago) suporte a essas micro-produções/organizações. Ao contrário do que parece – insisto sempre nisso – há cada vez mais trabalho a ser feito no sentido de salvar a humanidade inteira, e não apenas uma parte dela.

                            Vitória, domingo, 10 de novembro de 2002.

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